Designer francês Michel Goma morre aos 90 anos
O designer francês Michel Goma faleceu em 18 de abril de 2022 aos 90 anos. Ele foi enterrado em 22 de abril em sua cidade natal, Moncrabeau, em Lot-et-Garonne.
Após se mudar para Paris aos 20 anos, o jovem foi rapidamente descoberto por Christian Dior e depois por Jeanne Lafaurie, com quem colaborou durante sete anos. Sua primeira coleção foi um sucesso em Paris, mas também em Londres e Milão, antes de seu grande sucesso em 1958, quando lançou a marca Michel Goma. Suas coleções foram vendidas em todo o mundo e suas roupas apareceram nas capas da Vogue, Harper's Bazaar e L'Officiel.
Em 1961, Michel Goma foi chamado por Jean Patou para desenvolver as coleções da maison parisiense e durante dez anos tornou-se o designer estrela da casa. Foi nesse período que ele escolheu um até então desconhecido Jean Paul Gaultier como seu primeiro assistente.
Seus anos na Patou constituíram seus maiores sucessos. Suas criações foram usadas por Rose Kennedy, Princesa Ashraf e a Imperatriz do Irã, Farah Diba.
Graças ao lançamento de uma nova marca chamada MG, atraiu a atenção dos japoneses e da empresa Isetan, para a qual desenhou vestidos de noiva, óculos, malas, etc. A montadora Nissan até confiou a ele o design de seus novos carros, e o Japão lhe dedicou uma exposição em 2018 em Tóquio.
Por um tempo, foi responsável pelas coleções de vestuário da Carven, para quem lançou as primeiras licenças da marca no Japão. Diretor artístico da marca entre 1987 e 1992, alcançou novo sucesso com a coleção "Le Dix", criada como reflexo do perfume lançado por Cristóbal Balenciaga em 1947.
Seu trabalho na Balenciaga foi elogiado pelo colunista dos anos 1980 Guy Monréal, na revista L'Officiel de la Mode. Monréal reconheceu o dom do estilista por ter "inventado uma mulher jovem, dinâmica e espirituosa. Com suas saias pompadour e anáguas estilo can-can, decotes corbeille e babados em espiral, soube homenagear o grande Cristóbal".
Alexandre Chapellier, criador do Cinabre e amigo íntimo do designer há dez anos, que trabalhou de perto com Michel Goma e seguiu seus conselhos, expressou seus mais sinceros agradecimentos: "Michel Goma pode não ter a notoriedade de Karl Lagerfeld ou Yves Saint Laurent, mas seu talento era reconhecido por todos. Fiel, divo mas engraçado, carinhoso, amante da música clássica, tinha uma personalidade cativante, que continuou desenhando até seus últimos dias. Ele foi meu mentor e foi uma oportunidade incrível e uma honra cruzar seu caminho", disse ele.
Em sua cidade natal, Moncrabeau, onde nasceu em 12 de março de 1932, há um museu dedicado a ele que exibe mais de 2.000 desenhos e 60 vestidos feitos ao longo de sua carreira. Michel Goma também foi tema de um livro retrospectivo publicado pela associação Moncrabeau. Nas 60 páginas dedicadas, ele fala sobre sua vida e sua paixão pela moda.
"Não pensava em ser brilhante na aula, só pensava em desenhar", confessou. "Entre 6 e 8 anos, eu desenhava vestidos. Escondia do meu pai o que fazia, mas minha mãe me apoiava", comentou.
Aclamado pelo mundo da moda, desde Rosanna Armani (irmã de Giorgio) à Jean Patou e o presidente da Federação de Alta Costura e Moda, Pascal Morand, a memória e a obra de Michel Goma estão sendo redescobertas nas coleções do Palais Galliera, em Paris, onde algumas de suas peças foram adquiridas há alguns anos pelo ex-diretor do museu, Olivier Saillard. Em poucos dias, uma cerimônia íntima será realizada em Paris com seus amigos mais próximos.
Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.