Designer Rahul Mishra é nomeado embaixador do Instituto Marangoni
O designer Rahul Mishra foi nomeado embaixador do Istituto Marangoni, da Itália, e pretende empregar um milhão de pessoas com a ajuda da Amazon. Sua empresa emprega atualmente 700 pessoas e alimenta cerca de 5.000 famílias.
“Desenho roupas, mas o objetivo principal da empresa não é o consumo, mas criar beleza e proporcionar emprego às pessoas", insiste Mishra, que construiu uma estrutura revolucionária com sua marca. Apontando para um vestido dotado de um caleidoscópio de bordados ousados dentro de seu showroom de Paris, ele ressalta que levou duas mil horas para borda-lo, "o que significou um sustento de 20 dias para 10 famílias".
Desde 2014, quando ganhou o Prêmio Woolmark - famosos ex-vencedores incluem Yves Saint Laurent e Karl Lagerfeld - Mishra tornou-se um nome importante na indústria. O primeiro vencedor indiano da Woolmark define seu estilo como "poesia impressionista". Ele desenhou de jaquetas bomber com cadeias de montanhas abstratas; a moletons com bordados de bosques florais onde desfilam três zebras; e até mesmo blusas de seda cobertas com estampas pontilhistas dignas do pintor Signac.
"Eu queria ser um artista, assim eu não teria que trabalhar um único dia, então eu substituí a tinta e o pincel por agulha e linha", diz Mishra. Poucos estilistas escavam sua própria cultura tanto quanto Mishra, desde vestidos de algodão Kerala em tecidos reversíveis até brilhantes vestidos cocktail de seda metálica de Bhagalpur. No entanto, seu modelo de negócios está longe de ser tradicional.
Onde muitas marcas ocidentais obtêm seus bordados de artesãos que vivem em condições precárias, como vistas no filme "Slumdog Millionaire” (“Quem Quer Ser um Milionário), em favelas de Bombay ou Delhi, Mishra terceirizou este trabalho para as aldeias nativas. "Agora, 85% da nossa produção é feita nestas aldeias, a Amazon é altamente eficiente na Índia. Então podemos podermos enviar tecidos e recortes para as aldeias mais remotas da Índia, e todos ficam mais felizes", explica o designer de 38 anos, cuja empresa também oferece previdência social e seguro médico, apesar da modesta receita de apenas dois milhões de euros.
Mishra conquistou fiéis seguidores com visão de futuro no varejo, como Harvey Nichols, Canary no Texas, Storm em Copenhague e Colette, em Paris. “A Moda Operandi vendeu meu último pedido, eles fizeram mais de 100 mil euros em uma semana", diz ele. Em 2008, o estilista ganhou uma bolsa de estudos de um ano no Istituto Marangoni, em Milão, na Itália.
"Adorei morar em uma cidade como Milão. Na Índia, literalmente nunca tinha visto uma marca de moda. Fiquei tão intimidado com a idéia de uma marca de moda", explica Mishra. Naquela manhã, ele iniciou seu trabalho como embaixador da Marangoni, dando uma palestra aos estudantes em Paris. De volta ao seu país, ele colaborou com a rede de shoppings indianos high-end, Reliance, com um prêt-à-porter que usa técnicas artesanais chamadas "Rahul Mishra para Project Eve"; ao lado de uma coleção de calçados de couro bordados Rahul Mishra para OCD.
Em termos de inspiração, ele responde: Dries Van Noten. "Suas coleções parecem tão simples e impecáveis, como se ele apenas tocasse o material e fizesse uma roupa". E também se inspira em Azzedine Alaia. Adorei suas proporções, suas idéias gráficas usando o corte a laser". Sua coleção vencedora do Woolmark cativou por seus impressionantes bordados em forma de diagrama feitos por artesãos de Kolkata, influenciados pelo lendário artista gráfico holandês, Maurits Cornelis Escher.
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