Godfrey Deeny
6 de mar. de 2017
Desfiles de Paris: Christian Dior em todos os tons de azul
Godfrey Deeny
6 de mar. de 2017
"Para minha geração, era o preto que importava, mas Monsieur Dior realmente adorava seu azul. Ele dizia que essas duas cores tinham as mesmas qualidades", declara com um sorriso Maria Grazia Chiuri, nos bastidores do seu segundo desfile de prêt-à-porter para a Christian Dior.
Uma coleção que mira resolutamente as jovens dinâmicas, com uma pitada de rebeldia, refrescando rapidamente a imagem da Dior.
O desfile foi aberto com uma série de looks azul noite e marinho com incríveis trenchs de tafetá e outras saias de seda plissada. O esporte encontrou-se com a costura em jaquetas axadrezadas ou camisas de seda de estilo atlético vestidas sobre jeans de cintura baixa. Para a noite, vestidos de festa semitransparentes, iluminados por uma explosão de cometas, estrelas e lírios bordados, parecem perfeitamente divinos.
Maria Grazia Chiuri deu de novo uma chicotada em alguns acessórios: das botas cuissardes de camurça às chiques botinhas com falsos fixadores de esqui. Por outro lado, sua seleção de bolsas exibindo a assinatura CD – usadas à tiracolo – deve preencher os caixas da casa de moda da parisiense avenue Montagne.
A criadora também utilizou um grande número de referências masculinas, em particular um trio de macacões – decorados com mãos e estrelas negras. Tudo, muito longe da estética de Monsieur Dior.
"Acho que precisamos viver a nossa época. Temos, então, de falar de igualdade e entrar em contato com o movimento sem gênero. Isso significa incluir trajes militares, de trabalho ou desportivos em nossas coleções, isso explica a presença de tanto azul. Os uniformes azuis são, certamente, um sinal de gênero. Da mesma maneira que o rosa sempre foi feminino", explica sorrindo a criadora italiana.
Isso dito, o espetáculo não foi completamente um sucesso em 100%. Assim como era difícil compreender por que a Dior havia convidado as celebridades ao magnífico jardim do Museu Rodin, para, por fim, fazê-las entrar numa tenda estilo night club. Por outro lado, o casting carecia de uma pouco mais de pessoas atraentes – muitas jovens pálidas com boinas escuras.
No entanto, depois de ter assistido aos desfiles Dior durante 28 anos, podemos afirmar nunca ter visto em um espetáculo desta casa de moda tantos vestuários e acessórios cool e comerciais. Tudo se venderá "como pãezinhos".
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