Godfrey Deeny
6 de mar. de 2017
Desfiles de Paris: Balenciaga entre arquivos, costura e retrovisores
Godfrey Deeny
6 de mar. de 2017
Todos aqueles que importam no mundo da moda estavam presentes, domingo, no Espaço Champerret, para assistir ao desfile outono-inverno 2017-18 da Balenciaga. E podemos dizer que ninguém se decepcionou!
Demna Gvasalia foi a uma sensação na moda contemporânea graças a uma combinação de volumes exagerados – que definem a silhueta de hoje – com uma seleção de imagens tiradas do universo do grande consumo e dos vestuários de trabalho funcionais.
Domingo de manhã, Demna – é assim que todo mundo o chama hoje – levou sua visão a novas alturas. Adeus, portanto, aos insólitos clubbers da Batilha, que desfilavam em seus primeiríssimos espetáculos. No seu lugar, as passarelas receberam manequins experimentadas e as últimas beldades da profissão.
Curiosamente, havia no exterior um pequeno grupo de pessoas que apelavam por uma representação mais forte das minorias na passarela. O que parecia um pouco fora de sintonia, pois Alek Wek, provavelmente a top model africana mais famosa dos últimos 15 anos, fazia parte do desfile. Um desfile que ela deixou sorrindo, assim como a totalidade das manequins que foram vistas recebendo um enorme buquê de flores.
Graças a uma série de lookbooks criados pelo fundador Cristobal Balenciaga e encontrados por seu sucessor nos arquivos da casa de moda, Demna Gvasalia apresentou casacos pesados xadrezes, capas de veludo com estampas animalescas e jaquetas masculinas, deliberadamente mal abotoadas para acrescentar a impressão excêntrica de volume.
Seu sentido da utilização do logo é perfeito, com o nome da grife colocado no exterior de escarpins de tecido vermelho e também escrito em negrito em diagonal e ao longo do tapete cinza da passarela, sob o olhar de 400 convidados. Por outro lado, pôde-se admirar seus acessórios bastante inspirados, que se tratavam de notáveis pulseiras com várias chaves ou de pochetes confeccionadas a partir de retrovisores de carros.
"Isso faz realmente parte de Paris, pois todo mundo perdeu seu retorvisor ao menos uma vez. Há tantas Vespas... Eu queria integrar este senso de humor", explicou o criador georgiano sorrindo.
Uma coisa ficou clara, ao longo dos últimos anos, nenhuma casa de moda recrutou um criador cujos talentos lhe correspondem tanto quanto a Balenciaga com Demna Gvasalia.
Há também coisa nova quanto ao varejo com a abertura de uma loja programada para o próximo verão europeu na Madison Avenue em Nova York. Os negócios vão bem também em relação à rue du Faubourg Saint-Honoré, em paris. Desde a reabertura da loja, reorganizada por Demna em vidro e aço cromado, a cada mês as vendas alcançam um crescimento de um terço.
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