Godfrey Deeny
9 de mar. de 2017
Desfiles de Paris: Alexander McQueen, uma desordem medieval
Godfrey Deeny
9 de mar. de 2017
Na última segunda, chuvosa, fashionistas encharcados se encontraram nos jardins de Luxemburgo para conhecer a mais recente coleção da Alexander McQueen, cuja musa parecia esta temporada ter perdido a voz. Esta temporada, a criadora Sarah Burton se inspirou em paisagens pagãs da Inglaterra medieval, com um resultado que não deixou de lembrar a noiva de um pirata do Caribe...
O desfile foi aberto de maneira lúdica com uma dezena de funcionários encarregados de içar uma série de tapeçarias, as quais revelaram uma passarela cinza chumbo. Então apareceram jovens portando vestidos de couro negro rígido – quase sempre salpicados de cordões vermelhos. A criadora também apresentou uma série de pesados vestidos tricotados com babados dignos dos garçons da Oktoberfest.
A casa de moda também lançou uma nova linha de bolsas – cujas alças e ilhoses extravagantes que fizeram muito mais sentido em si do que as roupas da coleção.
Antes do desfile, as discussões com os compradores das principais lojas de departamentos destacaram as dúvidas desses últimos em relação à direção criativa da casa de moda. Eles aplaudiram a frequente beleza proveniente da imaginação de Sarah Burton. No entanto, os produtos foram difíceis de vender nesses últimos anos – com materiais rígidos demais, um excesso de alças e preços elevados. E pudemos compreender suas interrogações à medida que se desenrolava o desfile.
Isso dito, alguns vestidos de tule, caindo sobre o chão, eram verdadeiramente magníficos – com um acabamento floral com pontos satinados, em patchwork, ou ainda bordados com antigas ilustrações de alquimista. Um regresso bem-vindo do enorme talento de Sarah Burton. No entanto, não foi o suficiente para salvar a coleção de outono, a que menos distinção recebeu dessa casa de moda.
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