Dominique Muret
24 de jan. de 2017
Desfiles Masculinos: toque jovem e renovação criativa em Milão
Dominique Muret
24 de jan. de 2017
Embora Milão tenha passado o bastão a Paris há alguns dias, a capital da moda italiana pode se regozijar de um balanço mais que satisfatório. Um novo sopro atravessou a semana de moda masculina dedicada às coleções outono-inverno 2018, que chegou ao seu termo na terça-feira passada com o desfile de Giorgio Armani.
"A Semana de Moda Masculina italiana começa com o Pitti Uomo e se termina com a Fashion Week milanesa. Nenhuma das outras capitais da moda pode se vangloriar de ter um programa tão rico com 1.220 expositores em Florença e uma centena de eventos em Milão em termos de desfiles e de apresentações", declara ao FashionNetwork.com o presidente da Câmara da Moda Transalpina (CNMI), Carlo Capasa.
"Esta Fashion Week foi trnapassada por uma poderosa energia, ao lado de grandes nomes, tendo uma série de novas marcas e de jovens estilistas tanto italianos como estrangeiros, que permitiram compensar algumas ausências notórias como aquela da Gucci", reitera o dirigente.
Na realidade, bem como Bottega Veneta, a Gucci abandonou a temporada masculina, decidindo exibir em uníssono, durante o próximo encontro feminino de fevereiro, suas coleções Masculina e Feminina. Pelo contrário, outras marcas como Cédric Charlier organizaram seu desfile misto durante o evento milanês masculino de janeiro.
Segundo Carlo Capasa, esses novos posicionamentos nos calendários, implicando Londres, Milão, Paris e Nova York, correspondem a estratégias precisas. "As casas de moda distribuídas principalmente entre multimarcas revelaram sua coleção antes, ou seja, durante os desfiles masculinos, pois elas têm interesse em acelerar os pedidos. Por outro lado, as grifes que contam com uma rede de varejo podem se permitir apresentar a moda masculina mais tarde, durante os desfiles da moda feminina, pois elas controlam sua distribuição", avalia.
"Estamos enfrentando uma grande mudança, mas isso engendra no fim Fashion Weeks misturadas, oferecendo mais espaço aos jovens", conclui. De fato, uma dezena de talentos promissores e novas marcas foram introduzidos esta temporada no calendário, dentre os quais, entre outros, Federico Curradi, Miaoran, Malibu 1992 ou Palm Angels.
Sem que nos esqueçamos das estreias de novos diretores artísticos, como Lee Wood na Dirk Bikkembergs, Guillaume Meilland, encarregado da moda masculina na Salvatore Ferragamo, ou Francesco Risso, que sucedeu a Consuelo Castiglioni na Marni, que não deixaram de suscitar a curiosidade e uma certa efervescência na capital lombarda.
Ao mesmo tempo, todas as coleções ganharam um toque juvenil com uma tendência sporstwear cada vez mais marcada, que dá preferência ao estilo casual em detrimentos do vestuário formal.
Os costureiros apostaram tudo no conforto com um forte componente esportivo, parecendo se endereçar com prioridade aos consumidores mais jovens, quer dizer, os famosos Millennials. Como bem ilustrou o espetáculo da Dolce & Gabbana, que mandou para os tablados uma grande quantidade de jovens estrelas das redes sociais.
Atualizado pela Dsquared2, o "glunge", mesclando o grunge e o glamour, estava sobre todas as passarelas, com uma atitude descontraída, colar de conchas ou outros pendentes no pescoço, roupas íntimas, grossos pulôveres tricotados e parcas usadas em trajes a rigor.
Tudo em tecidos técnicos de alto desempenho ou por meio de vestuários híbridos mesclando alegremente materiais e cores. A paleta outonal domina, pontuada de flashes de cores vivas como o amarelo ou laranja.
Fora a camisa! No próximo inverno, o homem optará pelo tricô ou pelo colarinho redondo. No limite, a camisa polo, complementando seu guarda-roupa com um jogging, uma calça de esqui ou uma confortável calça de veludo, envelopada com um casaco doudoune.
Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.