Crescem os consumidores de bens de luxo no continente americano

Em 2014, o valor do mercado global de bens de luxo cresceu 3% em relação ao ano anterior, alcançando receitas de vendas de 224 bilhões de euros, de acordo com um estudo da consultoria Ernest & Young (EY).

Dentro deste panorama, onde a indústria passa por uma etapa de maturação e sustentabilidade, os consumidores de produtos de luxo do continente americano registraram um crescimento importante, ainda que tenha havido uma séria flutuação entre os tipos de câmbio e a estagnação econômica da região.

Segundo o informe The luxury and cosmetics financial factbook 2015 da EY, que analisa a situação financeira global de ambos os setores para o ano fiscal de 2014 e o primeiro trimestre de 2015, na América, o consumo de bens de luxo cresceu 2% durante este ano, enquanto os compradores originários do continente aumentaram 6%.

Não obstante, o setor mostrou uma tendência inconsistente em âmbito regional. Enquanto a Ásia registrou uma desaceleração em 2013, com uma estabilização em 2014, os consumidores dos países do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) desenvolveram um conhecimento mais sofisticado dos produtos de luxo ao serem "mais seletivos e maduros".

A consultoria garante que em países como Brasil e México os fortes impostos sobre a importação limitam o crescimento das empresas estrangeiras de luxo. E, embora o México seja o país mais importante neste mercado na América Latina, com um volume de negócios de 14 bilhões de dólares em 2014, a depreciação do peso face ao dólar cortou as previsões de crescimento em vendas para os artigos do setor, de um intervalo de 6% a 8% para um de 5% a 7%, sobretudo na divisão de roupas e acessórios.

No que se refere à indústria da cosmética, o mercado global de produtos deste setor alcançou em 2014 receitas de vendas de um montante de 181 bilhões de euros, o que representa um crescimento de 3,6% em relação a 2013 e um aumento similar ao registrado no ano anterior.

A região Ásia-Pacífico e América Latina representaram quase a metade do mercado mundial em 2014, com 35% e 12% respectivamente. Embora se espere que as vendas de players dos cosméticos sejam menores do que para aqueles do segmento de luxo, L'Occitane e a brasileira Natura são as únicas que superarão as expectativas do setor.

Em geral, as expectativas de crescimento anual da indústria permanecem inalteradas, no intervalo de 4% a 6% até o ano de 2017. Não obstante, os analistas afirmam que "o setor deverá enfrentar três desafios importantes que determinarão o desenvolvimento da sua atividade: administrar a demanda mundial, definir uma estratégia multicanal congruente para todas as redes de distribuição e afinar o modelo de distribuição comercial, buscando a rentabilidade da rede de lojas".