Exclusivo
11 de mai. de 2010
Como adequar o aumento de produção sazonal
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11 de mai. de 2010
Há quase uma unanimidade entre os empresários e lideranças do setor de calçados que o ano de 2010 começou de forma positiva. As vendas aumentaram e o ritmo de produção e contratação de novos funcionários foi elevado. Para atender esta demanda crescente, alterações na rotina produtiva das empresas são necessárias, principalmente nas micro e pequenas, que possuem capacidade menor de investimento e requerem soluções produtivas com urgência. Diante disso, atender as demandas geradas pelo setor comercial cria um pequeno dilema, o que é melhor: ampliar a produção para um terceiro turno, terceirizar o adicional de produção ou estender em horas extras os funcionários já existentes na empresa? A questão, conforme especialistas, deve ser muito bem planejada pelos empresários.
Para o professor do curso de design e engenharia da produção da Universidade Feevale (Novo Hamburgo/RS), Luiz Carlos Robinson, o primeiro passo para as empresas realizarem essa decisão é levantar e identificar as reais necessidades e carências da empresa quanto ao tema. Definir um profissional capaz de realizar esse diagnóstico é um bom início.
Cessadas todas as possibilidades de ajustes de produção sem novas aquisições, Robinson afirma que adotar horas extras é uma boa alternativa para as empresas durante um curto espaço de tempo. É necessário considerar o desgaste gerado nos funcionários se prolongada por mais tempo. O ideal é pelo período máximo de 30 dias.
Quando o excesso de produção excede esse tempo se faz necessária a contratação de novos funcionários, o aluguel de novas máquinas ou a criação de um terceiro turno de trabalho. Para isso, é indispensável a contratação de novos funcionários. Tendo em vista a carência de mão-de-obra especializada, esta opção, mesmo que positiva para enfrentar a sazonalidade do mercado, pode ser de difícil execução. Além disso, a empresa precisa considerar que, após as 18h o preço pelo consumo de energia elétrica é muito maior que em horário comercial.
Uma das práticas mais comuns do setor calçadista, a terceirização, ainda é uma opção interessante se a previsão da empresa for de boas vendas por um período mais longo. No entanto, essa alternativa requer muita atenção das empresas. Ao mesmo tempo que permite as indústrias concentrarem nos ateliês a sobrecarga de produção, a empresa contratante deve observar se as questões legais estão sendo cumpridas pelos terceirizados.
Robinson lembra que o Ministério do Trabalho e Emprego tem aplicado a prática de responsabilidade solidária em casos de processos trabalhistas envolvendo os empregados destes ateliês.
O ideal, aplicando a terceirização, é que a empresa busque manter internamente o setor de corte. Pelo fato de trabalhar diretamente com as matérias-primas mais caras da produção do calçado, é fundamental observar internamente se não está havendo desgaste de matéria-prima. “O que pode ser terceirizado, sem maiores problemas, são os setores de montagem, costura e pré-fabricados, que possuem ateliês especializados”, afirma Robinson. Outro fator que favorece a contratação deste tipo de terceirização está de acordo com o período necessário para elaboração do trabalho extra. A produção de verão, por exemplo, possui menos acabamentos e é de mais fácil execução pelas empresas terceirizadas.
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