Com foco em profissionais da indústria criativa, espaços de coworking oferecem mais que mesas de escritório e WiFi

Por

Fernanda Baldioti

Publicado em
25 de jan. de 2019

Para atender a profissionais que precisam de um espaço com mais infraestrutura, os espaços de coworking estão cada vez mais se modificando e oferecendo instalações capazes de comportar desde estilistas até cabeleireiros. Um estudo do site coworking mostra que hoje um em cada quatro espaços do tipo são temáticos, concentrando no mesmo ambiente profissionais, serviços e recursos de uma única área.

A Casa Soma, no Rio de Janeiro, é um coworking voltado para moda e design, abrigando ateliês de marcas como OS/ON e Vendaval.  Em Perdizes (SP), o hair Co.lab reúne profissionais do ramo da beleza e é possível alugar o espaço também por hora, para aqueles que precisam apenas de um local para atender a seus clientes no fim de semana, por exemplo.
 
Voltado para barbeiros, manicures e cabeleireiros, o Sola Salon Studios inaugurou no Brasil sua primeira unidade localizada na Barra da Tijuca (RJ). Pagando um valor fixo mensal, o profissional tem acesso a lavatórios, ar-condicionado e mobília.

Em São Paulo, Diogo Hayashi, junto com seu antigo sócio Fábio Uehara, investiram R$ 140 mil na reforma de uma sala e na compra de equipamentos para montar um coworking de moda, o Lab Fashion, espaço que reúne profissionais da indústria da moda e oferece itens indispensáveis aos residentes, como manequins, máquinas de costura e araras.

 
Em entrevista ao Fashion Network, Diogo Hayashi, sócio do espaço junto com Bethina Garcia, falou um pouco sobre o Fashion LAB. Confira:
 
 
FASHION NETWORK: Por que você acha que as pessoas estão cada vez mais procurando por espaços de coworking?

Diogo Hayashi: O coworking é um espaço que traz muitos benefícios como economia, praticidade, flexibilidade e networking. Como o uso é compartilhado, há uma redução de custo e não há preocupações com itens como internet, mobiliário, estrutura, manutenções, limpeza, etc.

O espaço oferece também a praticidade de ser usado desde por hora, dia, mês, a critério do cliente. Além disso, o networking é constante, pois diariamente passam pelo local pessoas e empresas que podem ser tornar, clientes, fornecedores ou parceiros. Prova dessa procura das pessoas é que, em 2015, quando o Lab Fashion inaugurou, havia 238 espaços de coworking em todo o Brasil e hoje são mais de 1.194 espaços.
  
Como surgiu a ideia de criar um coworking de moda?

Diogo Hayashi: A ideia surgiu da observação do mercado de que não havia espaços deste tipo no Brasil. Um dos antigos sócios do negócio, Fábio Uehara, nasceu em uma família que atua no varejo de roupas e observou que havia uma grande oportunidade de mercado e também uma forma de trabalhar como um negócio social, apoiando marcas de moda sustentável e novos estilistas. Também nos inspiramos em iniciativas internacionais como Moda22, de Barcelona, e Impact Hub, em São Paulo. 
 
Quantos residentes o Lab Fashion tem hoje?

Diogo Hayashi: Temos, todos os dias, em torno de dez pessoas fixas, além de uma ótima demanda por salas e ateliês privativos. Temos sete salas e estamos com 71% dos espaços ocupados e muita procura diariamente.
 
O que vocês esperam para 2019? Qual a expectativa de faturamento?

Diogo Hayashi: Nós projetamos terminar o ano com 100% das salas/ateliês privativos ocupados. O número de residentes, pretendemos manter estável. E nosso grande objetivo para 2019 é consolidar nossa transição de um coworking para um coworking IsCool, com cursos próprios, presenciais e online. Em relação ao faturamento, a meta é duplicá-lo em relação a 2018, que foi o ano em que conseguimos atingir um ponto de equilíbrio financeiro.
 
Vocês pretendem abrir outra unidade?

Diogo Hayashi: Para 2019, provavelmente ainda não iremos expandir, tendo em vista que temos muitos projetos em andamento. Mas com certeza é um plano futuro e que está em nosso radar: expandir por meio de licenciamento de marcas para outros estados pelo Brasil.