Christian Louboutin : "Estava à procura de um olhar novo, benevolente e fraternal"
Em março, a Exor, holding da família Agnelli, adquiriu uma participação de 24% na Christian Louboutin por 541 milhões de euros. FashionNetwork.com faz um balanço desta transação com o famoso designer de calçados, com quem conversamos no Hyères International Fashion Festival, onde presidiu ao júri de acessórios de moda. A ocasião para Christian Louboutin falar sobre os seus projetos.

FashionNetwork.com: Porque abriu o seu capital a um investidor externo como a Exor?
Christian Louboutin: Antes de trabalhar na minha exposição L'Exhibition[niste], organizada no ano passado no Palais de la Porte Dorée, perguntei-me sobre a forma como tinha gerido a minha empresa até o momento e queria mudar. Pensei que seria interessante ter outro olhar com pessoas fora do meu mundo. Estava à procura de uma nova visão, benevolente e fraternal, mas não a paternalista daqueles que dizem o que fazer. O grupo Exor, com os seus conhecimentos técnicos em vários campos, tais como a China, preencheu estes critérios.
FNW: Como foi realizada a operação?
CL: Criei a minha empresa em 1991 com dois amigos e sócios, Bruno Chambelland e Henri Seydoux. Este último se aposentou e vendeu as suas ações à Exor, trazendo assim um investidor ativo para a empresa. Quanto a mim, mantenho a maioria da empresa.
FNW: O que mudou com a chegada deste investidor?
CL: Não existem alterações a nível de gestão ou organizacional. Nada mudou além das reuniões que permitem exprimir-me e ser claro. Trabalhamos juntos, é interessante. Eles trazem o seu conhecimento. Eles conhecem muito bem o mundo digital, por exemplo. Isto permite-me uma troca com pessoas que têm uma visão muito ampla do mundo.
FNW: Pode falar sobre o seu projeto hoteleiro?
CL: Na verdade, trata-se de um projeto pessoal. Não vai ser o Hotel Louboutin! Há algum tempo atrás comprei uma casa junto ao mar em Melides, no sul de Portugal, que estava desmoronando. A reconstruí completamente e transformei em um pequeno hotel com um restaurante. Irá abrir no próximo verão. Trabalho com ceramistas locais, entre outros especialistas. É muito enriquecedor. Esta técnica de cerâmica com manganês que produz todo o tipo de pigmentos irá certamente passar para os meus sapatos.
FNW: Quais são os seus outros projetos?
CL: Vou me concentrar principalmente na exposição, que irá percorrer e crescer através de colaborações com artistas nos países para onde for. No próximo ano, será em julho e agosto em Mônaco. Irá também para os Estados Unidos e China. Quero realmente acompanha-la de perto, estou muito orgulhoso dela.
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