Christian Dior se inspira nas cariátides para sua Alta-Costura
A arte de usar referências artísticas para inspirar moda inovadora foi poucas vezes tão bem expressa do que no último desfile de alta-costura da Christian Dior, onde o tema principal foi a complementaridade das profissões e as habilidades na arquitetura e na moda.

Esta alta-costura arquitetônica foi apresentada no mais novo desfile memorável da designer Maria Grazia Chiuri em um palco criado por Penny Slinger, instalado dentro dos grandes salões da loja da empresa, na Avenida Montaigne, em Paris.
Ironicamente, o desfile aconteceu alguns dias antes da marca iniciar uma maciça reconstrução de sua sede histórica na mesma avenida.
A coleção retomou os dias de glória de Monsieur Dior e sua obsessão pelo preto. Três quartos dos looks eram dessa cor. No entanto, foi muito Dior mas nos termos de Maria Grazia Chiuri, com foco em uma visão elegante da feminilidade moderna.
Ela fez referência ao célebre crítico de arquitetura Bernard Rudofsky, que via as roupas como construções criativas que imaginavam formas completamente novas para a silhueta humana.

Chiuri testou seu ateliê com looks estupendos, feitos com espartilhos perfeitos e vestidos fluidos extravagantes. Os mais reveladores foram as femmes fatales, com um quê de viúvas escocesas, que usavam vestidos até o chão em combinações fabulosas de malha, gaze, penas, guipir e rendas.
"É sobre respeitar e cumprimentar todas as grandes mulheres e musas da maison Dior", disse Chiuri, cujo único arrependimento foi ter que realizar um segundo desfile, devido ao espaço restrito dentro do salão histórico da Dior. "Um vestido é uma obra de arquitetura, concebida para tornar as proporções do corpo de uma mulher mais sublimes", dizia a citação de Monsieur Dior na nota do desfile.

Monsieur, como eles o chamam na Dior, certamente teria amado o final do desfile. A última entrada mostrou uma réplica exata de um espartilho em ouro do número 30 da Montaigne Avenue, o prédio original que Dior escolheu para abrigar sua maison de alta-costura depois da guerra.
A flagship da Dior será reformada e permanecerá fechada por mais de um ano. Durante esse período, a Dior abrirá uma grande loja pop-up no número 127 da Avenida Champs Elysées, sobre a qual ficarão os escritórios dos altos executivos.
"Estarei no topo da loja com a minha própria chave para descer e abriremo a nova boutique na segunda-feira, 15 de julho, na manhã seguinte ao Dia da Bastilha", explicou o diretor executivo, Pietro Beccari.
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