Exclusivo
9 de fev. de 2011
China provoca perdas para o Brasil, diz CNI
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9 de fev. de 2011
Quase a metade das empresas brasileiras que concorrem com a China perdeu participação no mercado interno, informou, nesta quinta-feira (3 de fevereiro) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa inédita Sondagem Especial, a perda atinge 45% dessas empresas, sendo que, no mercado doméstico, 28% das indústrias brasileiras concorrem com produtos chineses. No mercado internacional, 67% das empresas brasileiras perderam participação e 4% deixaram de vender seus produtos devido à concorrência com os produtos chineses.
A presença dos artigos asiáticos é maior em seis setores industrias: material eletrônico e de comunicação, têxtil, equipamentos hospitalares e de precisão, indústrias diversas e calçados e máquinas e equipamentos. De acordo com a entidade, somente nos setores de metal, calçados e têxtil, mais da metade das empresas brasileiras que concorrem com produtos chineses perderam participação de vendas no mercado interno. Houve ainda o aumento da produção de insumos chineses utilizados na confecção de produtos brasileiros.
No mercado interno, as empresas de pequeno porte, quando expostas à concorrência, perdem mais clientes para a China do que as empresas de maior porte, informou a CNI. Enquanto 24% das pequenas empresas concorrem com os produtos chineses no mercado interno, o percentual sobe para 32% entre as médias e 41% entre as de grande porte.
Na avaliação da entidade, as grandes empresas têm capacidade de enfrentar a concorrência porque têm mais condições de investir em pesquisas de inovação e desenvolver novos produtos. A pesquisa mostra que 50% definiram estratégias para enfrentar a competição com os produtos chineses com investimentos em qualidade e design de produtos, com redução nos custos da produção.
"Quando perdemos mercado para produtos importados, no caso, chineses, nós geramos menos produção, menos emprego, menos salário, cai a arrecadação de impostos, compra-se menos de fornecedores doméstico e circula menos mercadoria, com reflexos nos setores de transporte e serviços", destacou o economista da CNI, Flávio Castelo Branco.
Para o especialista, é importante mais rigor por parte da aduana brasileira para corrigir possíveis desvios nesse sentido. "Talvez, o nosso sistema de defesa comercial não esteja aparelhado para essa dimensão da maior competição aqui no nosso mercado doméstico." Ele também criticou a estrutura tributária brasileira, porque onera os investimentos.
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