8 de jun. de 2020
CFDA revela novas iniciativas para combater o racismo sistemático na moda
8 de jun. de 2020
O Council of Fashion Designers of America (CFDA) anunciou uma série de iniciativas para combater o racismo sistemático na indústria da moda.
"Os negros neste país estão se recuperando de anos de injustiça decorrentes de construções institucionais como a escravidão, a segregação, o encarceramento em massa, a brutalidade policial e a repressão econômica e eleitoral", afirmou o CFDA numa declaração do presidente Tom Ford e do presidente e CEO Steven Kolb.
"Ter uma voz clara e dizer não à injustiça racial, ao fanatismo e ao ódio é o primeiro passo, mas não é o suficiente. Este é um momento profundamente perturbador que nos fala a todos. O nosso mundo está sofrendo profundamente. A nossa indústria está sofrendo e não basta dizer simplesmente que somos solidários com aqueles que são discriminados. Temos de fazer alguma coisa".
As duas primeiras iniciativas do plano, lançadas em 4 de junho, se concentram na criação do que o CFDA chama de "uma indústria racialmente equilibrada".
Para começar, o CFDA vai criar um programa de emprego interno especificamente centrado na contratação de talentos negros em todos os setores da indústria da moda. Este programa irá trabalhar para identificar esses criadores individuais e associá-los a empresas que querem contratar, reforçou o CFDA.
A segunda iniciativa envolve a criação de um programa de mentoria e um programa de estágio focado na colocação de estudantes e recém-licenciados afro e afro-descendentes em empresas já estabelecidas no setor da moda.
O CFDA vai também disponibilizar aos seus membros um programa de formação em "Diversidade e Inclusão".
Por fim, a organização disse que vai fazer contribuições imediatas e iniciar atividades de angariação de fundos de apoio a organizações que defendem a comunidade negra, incluindo a National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), a Campaign Zero, entre outras.
"Estamos todos e cada um dos membros do CFDA fazendo um balanço da estrutura corporativa para garantir que tenham uma força de trabalho racialmente equilibrada e desafiamos o setor varejista da indústria da moda a garantir que a sua lista de marcas e o seus produtos sejam representativo do talento negro dentro da indústria", disse ainda o CFDA.
Ford foi nomeado presidente do CFDA em março de 2019 e, desde então, aumentou significativamente a diversidade do conselho do CFDA, com as nomeações de Virgil Abloh, Maria Cornejo, Carly Cushnie e Kerby Jean-Raymond, em setembro do ano passado.
As nomeações seguem a decisão de Ford de acrescentar a modelo Paloma Elsesser e a diretora de notícias de moda da Vogue.com, Chioma Nnadi, ao Comitê de Seleção do CFDA/Vogue Fashion Fund em março.
Em 2018, o CFDA contava apenas com 15 membros negros, número que desde então aumentou para 19, de um total de 477 membros.
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