Olivier Guyot
1 de mar. de 2017
Canada Goose: uma documentação de entrada na Bolsa instrutiva
Olivier Guyot
1 de mar. de 2017
A Canada Goose está bem comprometida com seu processo de introdução em Bolsa. A marca canadense de parcas e casacos de alta gama de penas de aves, que tem 70% do seu capital nas mãos do Bain Capital desde 2013, na realidade, apresentou suas documentações às Bolsas de Toronto e Nova York com objetivo de uma dupla introdução sob o símbolo GOOS.
Ali onde os analistas esperavam o levantamento de 200 a 300 milhões de dólares, a empresa fala "apenas" de 100 milhões de dólares sem, no entanto, definir este montante como um objetivo definitivo.
Por outro lado, a leitura dos documentos nomeados Form F-1, apresentados pela Canada Goose Holdings, permite entrar no detalhe dos números da marca, mas também da sua estratégia.
Assim, em seu último exercício completo, encerrado nos fins de março de 2016, a marca viu os Estados Unidos se tornarem seu principal mercado. Exibindo um crescimento de mais de 75% em relação ao ano anterior, o país atingia 103,4 milhões de dólares canadenses, o Canadá (+15%) representava 95,2 milhões e o resto do mundo 32,2 milhões (+42%). O grupo explica que no mundo, seu e-commerce representa um total de 11,4% das suas vendas no seu último exercício, com versões locais nos Estados Unidos, no Canadá, na Inglaterra e na França.
A marca está vendo um novo impulso das suas vendas no exercício em curso, segundo os números anunciados. Nos nove primeiros meses do seu exercício, findo a 31 de dezembro, ela viu suas vendas se aproximarem dos 353 milhões de dólares canadenses, contra cerca de 249 milhões no mesmo período do ano anterior. Seu resultado operacional passou de 44 para mais de 60 milhões de dólares. E seu resultado líquido ficou em 45 milhões contra menos de 36 milhões um ano antes.
Em termos de estratégia, a marca mira claramente um desenvolvimento no mercado americano. Ela explica em especial que sua notoriedade ainda é fraca neste mercado (16 % contra 76 % no Canadá) e que, portanto, ela tem grandes parcelas de mercado a conquistar. Bem implantada no Nordeste, ela espera seduzir as redes multimarcas nas regiões do Meio-Atlântico, Meio-Oeste e Pacífico Nordeste.
A empresa deixa escapar que pretende desenvolver sua atividade de venda direta aos consumidores. Depois de ter aberto suas primeiras lojas em Toronto e Nova York, a empresa anuncia" ter a intenção de abrir outros pontos de venda nos principais centros urbanos e nos destinos outdoor premium onde podemos nos instalar sendo lucrativos".
Na Europa, a marca destaca uma bela dinâmica na Grã-Bretanha e na França. "Nós finalizamos uma bela ação de desenvolvimento via os nossos parceiros de varejo, mas temos ainda de desenvolver plenamente a rede multimarcas e estamos apenas na fase inicial da nossa estratégia de shops in shop. Também identificamos a Alemanha, Itália e Escandinávia como mercados de belo potencial". Fora da Europa, a marca pretende se desenvolver no Japão e na Coreia do Sul via novos distribuidores.
Além do desenvolvimento geográfico, a marca anuncia sua vontade de reforçar uma presença ao longo do ano. A marca quer parecer como um ator de crédito do casaco de penas de aves leve e dos vestuários para chuva. Ela olha também para um potencial de desenvolvimento na malha, nos casacos polares, mas também no calçado e nos acessórios de viagem.
Resta saber se essas ambições seduzirão os investidores das Bolsas de Toronto e Nova York.
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