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Publicado em
14 de mai. de 2019
Tempo de leitura
5 Minutos
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Calçado português: repensar para triunfar

Publicado em
14 de mai. de 2019

Tendo conquistado o seu lugar como produtor de qualidade, com o retalho a enfrentar grandes desafios a fileira portuguesa do calçado adapta-se às tendências e aposta na inovação para manter o crescimento. Exportando atualmente 95% da sua produção majoritariamente para mercados europeus, nos últimos dois anos o setor tem direcionado as suas atenções para outros continentes, que pretende conquistar tanto como produtor private label como com as suas marcas próprias.


Campanha de promoção Portuguese Shoes 2018, especialmente pensada para o mercado americano


À conquista de novos mercados
 
Produzindo atualmente para marcas como Prada, Chanel, Louis Vuitton, Adidas, Birkenstock, Tommy Hilfiger ou Paul Smith, o setor continua empenhado em aumentar o seu reconhecimento à escala mundial. Luís Onofre, presidente da APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos), realça que o grande objetivo atual é “tentar por os sapatos made in Portugal no mapa”, seguindo-se o desejo de que as marcas próprias nacionais ganhem também terreno. No primeiro objetivo, a qualidade da produção nacional parece ser cada vez mais incontornável: entre 2010 e 2017 as exportações aumentaram mais de 50%.

França (que representou 410 milhões de euros em 2017), Alemanha (376 milhões), Holanda (281 milhões), Espanha (174 milhões) e Reino Unido (125 milhões) são os principais destinos, mas a indústria quer explorar novos mercados, como os Estados Unidos, o maior importador mundial de calçado, que em 2017, revela o World Footwear Yearbook, importou 2.394 milhões de pares de calçado, quase quatro vezes mais do que a Alemanha (692 milhões), o segundo maior consumidor mundial. 


Portugal exporta atualmente 95% da sua produção de calçado, especialmente para mercados europeus - Fotografia: APICCAPS


Os novos desafios do retalho
 
Após, em 2017, ter crescido pelo oitavo ano consecutivo, vendendo 83,3 milhões de pares de calçado, no valor de 1,96 bilhão de euros, em 2018 o setor registrou um recuo de 2,85% em termos de valor, caindo para 1,90 bilhão de euros apesar de ter exportado 85 milhões de pares (+2,4%). Um retrocesso, realça Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICAAPS, que não afetou apenas o calçado português e poderá estar relacionado nomeadamente com o abrandamento das principais economias mundiais. Também a tendência esportiva terá tido o seu impacto, atraindo os consumidores para gigantes como a Nike ou a Adidas.
 
Luís Onofre, que além de líder da APICCAPS e futuro presidente da Confederação Europeia da Indústria da Calçado (CEC), função que assumirá a 24 de maio, é designer da sua marca homônima, subscreve a preocupação com a tendência dos sneakers. “Não sei exatamente a percentagem que perdemos com esta tendência, mas acredito que nos últimos dois anos tenha sido de aproximadamente 50% em termos mundiais.”

Fundada em 1964, a produtora de calçado Dura, que exporta 95% da sua produção, sentiu uma clara mudança nos seus clientes, revela o gestor comercial Agostinho Marques. “No passado éramos mais clássicos, mas agora mudámos um pouco, porque as marcas procuram modelos mais esportivos.” Uma mudança sentida não só nos modelos criados para private label, como nos da sua marca própria, a Exceed Shoes, fundada em 2010, agora com uma personalidade mais esportiva.


Influenciada pelo atual sucesso dos sneakers, a empresa Dura direcionou os modelos da sua marca própria, a Exceed Shoes, para esta tendência - Fotografia: Exceed Shoes


O mesmo acontece com a Carité, que produz 450 pares de calçado por dia, todos destinados à exportação. Com um volume de negócios de 26 milhões de euros, a empresa, que tem na Holanda (para onde exporta cerca de 45% da produção), Alemanha (29%) e Inglaterra (8%) os seus principais mercados, prepara-se diariamente para responder às alterações no mercado, explica Manuela Rodrigues, do departamento comercial, notando: “A nova geração está acostumada aos sneakers, por isso se propomos um calçado clássico, este tem que ser também confortável.”
 
Para atender às atuais necessidades dos consumidores, as empresas portuguesas ouviram também a solicitação por opções mais sustentáveis. É o caso da Bolflex, que produz diariamente 22 mil pares de solas (15 mil em borracha e 7 mil em plástico), 20% dos quais em material reciclado. Exportando diretamente 30% da sua produção, sobretudo para França, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Holanda, a empresa leva a sério a questão da sustentabilidade e recicla todas as sobras do processo de produção, o que leva a que posteriormente seja necessário comprar menos material.
 
Atrair as novas gerações
 
Os atuais desafios do setor prendem-se também com a força de trabalho. Desde 2010, o cluster do calçado (que além das empresas de calçado, inclui ainda as de componentes e artigos de couro) agregou quase 10 mil trabalhadores às suas folhas de pagamento, somando em 2017 45.443 postos de trabalho, 40.080 dos quais no setor do calçado. Um aumento que parece não acompanhar a considerável evolução do setor ao longo da última década.


Um dos grandes desafios atuais do setor é atrair as novas gerações - Fotografia: APICCAPS


Notando que a dificuldade em “encontrar novas gerações que queiram trabalhar na indústria do calçado” é um problema transversal a toda a Europa, Luís Onofre acredita ser imprescindível mostrar aos mais jovens o quanto a indústria mudou, nomeadamente no que diz respeito à melhoria das condições de trabalho. Uma ideia subscrita por Leandro Melo, diretor-geral do CTCP (Centro Tecnológico do Calçado de Portugal), que acredita ser necessário “mudar a imagem da indústria para que os jovens se interessem em trabalhar nela”.
 
A captação dos jovens e a qualificação dos trabalhadores é precisamente um dos eixos estratégicos roteiro de inovação FOOTure 4.0 lançado em 2015, que prevê o investimento, até 2020, de 50 milhões de euros em inovação. Desenvolvido pela APICCAPS e pelo CTCP, o programa envolve mais de 70 entidades, entre empresas, startups, universidades, centros de inteligência e entidades do sistema científico e tecnológico.
 
Paralelamente, a APICCAPS definiu, para 2019, um investimento de 18 milhões de euros na promoção e reposicionamento do calçado português nos mercados externos. Além da participação de cerca de 200 empresas do setor em eventos internacionais, este será também aplicado na promoção das marcas nacionais. Desde 2010, foram criadas mais de 230 novas marcas de calçado em Portugal. 

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