Sandra Halliday
21 de nov. de 2022
CEO da Burberry promete "imagem de marca muito forte" na primeira campanha de Daniel Lee
Sandra Halliday
21 de nov. de 2022
O CEO da Burberry, Jonathan Akeroyd, declarou na semana passada que a empresa vai se concentrar ainda mais em sua herança britânica.
A marca de luxo britânica levantou dúvidas nos últimos anos, com analistas se perguntando se há algo nela que a torna única em comparação com outras marcas de luxo em todo o mundo. Dado o grande respeito que o artesanato e o design britânicos continuam a ter, seu caráter britânico é provavelmente o seu maior diferencial.
Mas até recentemente, com um CEO e designer de origem italiana no comando, isso não era algo muito tangível, apesar dos movimentos de Marco Gobbetti e Riccardo Tisci para focar no alto luxo e conquistar uma nova geração de jovens compradores afluentes.
Agora, com Akeroyd no comando e o designer britânico Daniel Lee na direção criativa, há uma grande oportunidade e parece que pode haver mais mudanças do que o esperado com uma nova imagem de marca.
Em entrevista ao The Times, Akeroyd disse: "Daniel está pensando muito sobre quem são os ícones da Grã-Bretanha hoje e ele tem algumas ideias muito interessantes. Prometo que verão uma imagem de marca incrivelmente forte".
Os primeiros frutos da produção de Daniel Lee poderão ser vistos em janeiro, quando será lançada uma campanha de impermeáveis.
Akeroyd quer transformar a Burberry em uma empresa de 5 bilhões de libras (acima dos 3 bilhões de libras atuais), dobrar as vendas de roupas femininas e acessórios, fazer com que os acessórios representem 50% das vendas totais, acima dos 37% atuais, e com que as margens de lucro operacional excedam os 20 %.
A chegada de Lee é fundamental, já que o ex-diretor criativo da Bottega Veneta é conhecido por sua capacidade de criar acessórios de sucesso, especialmente bolsas.
"Daniel tem um talento único para acessórios e para chegar aos 5 bilhões de libras precisamos ter um negócio de acessórios muito mais forte. A expectativa é muito alta para a primeira coleção de Daniel, as pessoas querem ver uma mudança... precisamos de coleções menores, mas mais centradas", disse Akeroyd.
As expectativas são altas para Akeroyd, de 55 anos, uma vez que ele realizou feitos impressionantes durante sua carreira na indústria da moda. Ele deixou de ser um cliente da Harrods aos 25 anos para se tornar seu diretor de vendas no varejo e servir no conselho de administração aos 31.
Ele então passou a dirigir a mudança de direção de Alexander McQueen e Versace. Estava feliz em dirigir o negócio, mas reconheceu que quando a Burberry apareceu, ele não poderia recusar a oportunidade.
Curiosamente, o tempo de Christopher Bailey na Burberry, que parecia ter entrado para a história com seu sucessor, é uma inspiração para o novo CEO.
"Foi um momento muito emocionante e a Burberry pode fazer parte da reativação da versão de 2022", disse ele ao The Times, reconhecendo que, em muitos aspectos, hoje o Reino Unido é muito diferente do que já foi.
"Atualmente, a Grã-Bretanha é muito mais cosmopolita, mais inovadora, tem um espírito diferente. Temos uma grande oportunidade de nos comunicarmos de uma forma distinta", comentou.
Ele também indicou que a empresa precisa dar mais importância ao fato de que alguns de seus produtos, como trench coats e cachecóis de caxemira, continuam sendo fabricados na Grã-Bretanha.
Quanto à visão geral da Grã-Bretanha no exterior - que recebeu um duro golpe desde a votação do Brexit e pela aparente dança das cadeiras dos primeiros-ministros nos últimos tempos - ele está bastante otimista.
"As pessoas ainda veem a indústria criativa do Reino Unido como uma das melhores. Não quero revelar muito, mas podemos apostar mais em quem somos e fazer as pessoas sentirem que é uma marca britânica, uma grande marca britânica", concluiu.
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