Burberry: vendas aumentam 4% e novos produtos ganham pontos
Os resultados trimestrais da Burberry, anunciados na terça-feira, foram ansiosamente aguardados. Talvez mais do que o habitual, já que este ano fiscal é o primeiro da era pós-Christopher Bailey, representando um teste para a marca britânica. Riccardo Tisci está na direção criativa há mais de um ano, e Marco Gobbetti, CEO, há mais tempo, e investidores e analistas esperam que o plano de transformação da empresa comece a colher os frutos.

Esta terça-feira, Marco Gobbetti falou de um aumento nas vendas e de uma "reação positiva aos novos produtos". "Tivemos um bom trimestre no âmbito do nosso plano plurianual de transformação da Burberry. Aumentámos a disponibilidade de produtos desenhados por Riccardo, enquanto continuámos a mudar a perceção dos consumidores sobre a nossa marca e adaptámos a nossa rede de distribuição à nossa nova visão criativa. A resposta do consumidor foi muito promissora, com um forte crescimento nas nossas novas coleções. Estamos no caminho certo com os nossos planos e confirmamos a nossa perspetiva para o exercício de 2020.”
Efetivamente, os novos produtos (projetados por Tisci) foram cruciais nas 13 semanas anteriores a 29 de junho. Em junho, a proporção de novos produtos era de 50% da oferta global, comparada com apenas 10% a 15% em março.
A nova oferta foi bem recebida nas lojas da Burberry e, embora estas sejam muito importantes para a atual estratégia de luxo, o comércio atacadista também é importante, por isso é muito animador que a resposta também seja positiva nesse canal. A empresa indicou que muitos dos espaços por atacado de luxo "registraram um aumento significativo nas vendas em comparação com as coleções anteriores".
Gobbetti acrescentou que as coleções de Tisci proporcionaram "um crescimento de dois dígitos em comparação com as coleções equivalentes do ano anterior". E com a crescente proporção de novos produtos, parece que as boas notícias continuarão chegando.
O CEO também explicou que a empresa "continuou a fortalecer a sua imagem de marca e a mudar a perceção do consumidor, melhorando a comunicação nas redes sociais, a cobertura de imprensa e o apoio orgânico de influenciadores". O seu apelo no Instagram e WeChat continua melhorando, “com um aumento no número de seguidores e crescimento de dois dígitos na taxa de aprovação por publicação em comparação com o trimestre anterior".
Os números
O que significa isto em termos de números reais? Representa uma imagem de forte crescimento. O lucro das vendas do varejo subiu de 479 para 498 milhões de libras (531 para 552 milhões de euros), um aumento de 4% a taxas de câmbio atuais e de 2% excluindo o câmbio. As vendas em loja aumentaram 4%, melhor que os 3% do ano anterior.
Estes números foram impulsionados pelo burburinho em torno dos novos produtos, que parecem ter tido um verdadeiro impacto em mercados importantes para o crescimento. A empresa informou que as vendas em lojas comparáveis na região Ásia-Pacífico cresceram em alta percentagem, impulsionadas pela China Continental, que cresceu cerca de 15%. A região EMEIA (Europa/Médio Oriente/Índia/África) registrou um crescimento de um dígito, com as vendas impulsionadas pelos gastos dos turistas, especialmente no Reino Unido.

Enquanto isso, a região das Américas apresentou vendas mais planas, embora o mercado dos Estados Unidos tenha conseguido aumentar a sua percentagem de um dígito. No entanto, o Canadá foi afetado negativamente por um período de descontos tardio.
A empresa teve um desempenho misto nas diferentes categorias de produtos, contudo o vestuário masculino como o feminino subiram de dois dígitos. Mas, os acessórios caíram, porque “o bom desempenho dos novos modelos foi contrabalançado pelo menor desempenho das coleções anteriores". Isso sugere que a empresa se encaminha para uma oferta inteiramente dedicada a produtos assinados por Tisci, já que os consumidores preferem comprar esta nova visão e encaram os produtos de Christopher Bailey como parte do passado da Burberry.
A empresa mantém a sua direção para o exercício de 2020 e, como dito anteriormente, espera "um peso mais pronunciado do lucro operacional do segundo semestre do ano em relação ao primeiro".
O exercício financeiro de 2020 é o segundo ano do plano de transformação da Burberry e, acima de tudo, parece indicar que a administração está no caminho certo.
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