Terra
23 de fev. de 2011
Burberry faz nevar na passarela de Londres
Terra
23 de fev. de 2011
O desfile da Burberry Prorsum, um dos mais esperados da Semana de Moda de Londres, que ocorreu até esta quarta-feira (23), no Reino Unido, fez por merecer a expectativa. Literalmente, fez nevar na passarela e, em um esquema de marketing mundial, transmitiu ao vivo a apresentação pela internet e no telão situado na Picadilly Circus, uma das mais conhecidas esquinas de Londres.
Aguardado desfile da Burberry. Foto: Pixel Formula |
Com uma entrada de casacos até os joelhos ou casaquetos curtos, com silhuetas que remetem aos anos 60, a tradicional grife inglesa, dona de uma dos xadrezes mais copiados do mundo (ausente dessa vez da passarela), começou a apresentação com uma explosão de cores fortes, do vermelho ao coral, passando por azul e roxo. Com martingales (alças das jaquetas) e fechos militares na frente, muitas peças vieram com ombro arredondado e mangas amplas, mas estruturadas, como se a intenção fosse alargar as costas da mulher.
Os tradicionais trench-coats também apareceram em tons de bege e verde-oliva, usados com sandálias de plataformas e saltos bem altos, com meias e calças slim ou levemente abertas na barra. Na cabeça, boinas brancas de pele ou manchadas de preto. Essa padronagem se repetiu em alguns casacos, assim como xadrezes ríncipe de-gales, com fundo colorido. Casacos de peles marrons também esquentaram o frio.
No fim, uma sucessão de peças brancas, como casacos, túnicas, vestidos e tricôs, dos mais variados tecidos e fios, usados com meias-calças pretas. Na entrada final, os
modelos usaram uma capa curta de plástico transparente com debrum preto sob uma "tempestade" de neve artificial. Haja frio.
Aliás, peles e calor também não faltaram nas criações da grife Pringle of Scotland, com poncho e casacos de pele colada em listras horizontais, deixando um pouco do tweed de fundo à mostra. Tudo com cheiro de baú da vovó, num estilo vintage modernizado. Os tons de cinza, chocolate, bordô e caramelo lembram um pouco fotos de sépia, mas com um quê anos 70, com calças mais larguinhas, meio flare, casacos até os joelhos e botas de cano alto, com pele. Claro, o tricô próprio da marca também marcou presença.
O inglês Paul Smith foi ao extremo do guarda-roupa masculino para criar seu inverno feminino. Calças de alfaiataria, de modelagem larguinha, jeans boyfriend com barra viradinha, coletes, paletós, casacos e camisas de lã tecida ou tricô pontuaram a coleção. Mas, para não "dizer que não falei de flores", uma túnica preta com bordado colorido florido foi desfilado, bem ao estilo 70 também.
Desfile de Paul Smith. Foto: Pixel Formula. |
Texturas
A grife Erdem, de Erdem Moragliolu, trabalhou com texturas e cores, inspiradas em respingos do pintor americano Pollock num dia de chuva, segundo informado a sites de moda. Com isso, flores bordadas a mão faziam de suas peças um jardim elegante. Mas peças em tom azul, com traços pretos foscos por cima também alimentavam essa imagem texturizada. Também vinham em devorê de tecidos e rendas e com sobreposições de materiais mais leves e mais pesados.
Christopher Kane, que acaba de receber o Prêmio Britânico de Moda, trabalhou com um inverno mais leve e materiais plastificados e transparentes, para seus vestidos transparentes e com brilho que lembra paetês. Trabalhos em crochês, com efeito geométrico de quadrados, como aqueles dos a nos 70, também estiveram na passarela do inglês. Todos na altura do joelho.
Rosângela Espinossi
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