Brioni planeja demitir 320 pessoas de suas fábricas italianas
A pandemia não poupou a Brioni, que já vinha enfrentando dificuldades antes disso. Centrada no vestuário formal masculino, a maison de luxo foi sem dúvida mais afetada do que outras pelas mudanças no comportamento do consumidor provocadas pelos confinamentos. Por esse motivo, a Brioni planeja realizar uma nova reestruturação, como ilustra o seu plano industrial para 2021-2025.

Apresentado numa reunião no Ministério do Desenvolvimento Econômico italiano, na presença de representantes do Ministério do Trabalho das regiões da Lombardia e Abruzzo, assim como dos sindicatos, este plano considera "a profunda transformação sofrida nos últimos anos no mercado da moda masculina formal de alta gama, agravada pela atual pandemia", sublinhou a empresa num comunicado. De acordo com estimativas preparadas pela Altagamma, no ano passado, as vendas caíram 30% neste segmento.
Comprada pela Kering em 2011, a Brioni já tinha causado sérias preocupações ao grupo francês devido a uma queda drástica nos volumes de vendas e de produção. Em 2016, a marca anunciou a intenção de reduzir a sua mão-de-obra em um terço, ou seja, quase 400 pessoas num total de 1.150 funcionários. No final, apenas 140 pessoas foram afetadas por este plano, o que também envolveu uma profunda reestruturação da empresa.
Racionalização de custos e reestruturação
Os numerosos investimentos feitos desde então em comunicação, eventos e orientações criativas aparentemente não permitiram a recuperação da marca. "O cenário atual determina, para todos os players do setor, a persistência de uma capacidade de produção excessiva e de um desequilíbrio insustentável nos custos industriais", observa a empresa, que precisa "tornar a sua estrutura mais ágil, de forma estável, respeitando a altíssima qualidade da sua produção".
Como explica no seu memorando, a empresa quer preservar sua presença na Itália e manter o elevado padrão dos seus produtos, e não tem outra escolha senão racionalizar os custos e reestruturar os três locais em Abruzzo, onde sempre se localizaram as famosas oficinas de alfaiataria Brioni, nomeadamente em Penne, Montebello di Bertona e Civitella Casanova, empregando mais de 1000 pessoas.
Destes, a empresa planeja demitir "até um máximo de cerca de 320 trabalhadores, empregados direta e indiretamente na produção". O objetivo é "implementar todas as ações necessárias para o relançamento e desenvolvimento da marca".

Quanto à nova estratégia anunciada pela Brioni, "o novo plano é desenvolver a marca em acessórios e outras categorias de produtos com enfoque no vestuário de luxo informal para alargar a sua base de clientes e oportunidades de consumo. Nesta perspectiva, será mantida uma produção 100% feita na Itália.
A empresa também quer otimizar os seus investimentos nos canais de comunicação e distribuição, racionalizar as despesas gerais e reorganizar a produção para trazer a Brioni "de volta a níveis sustentáveis de eficiência e rentabilidade a longo prazo".
Chefiada desde 2020 por Mehdi Benabadji, a marca confia as suas coleções desde setembro de 2018 ao designer austríaco Norbert Stumpfl. Em 2019, ela se nomeou o ator e produtor americano Brad Pitt como seu embaixador, com quem acaba de desenvolver uma coleção-cápsula.
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