Exclusivo
5 de out. de 2011
Brasil x Argentina medidas serão duras
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5 de out. de 2011
O governo federal adotou medidas mais duras com a Argentina como forma de pressionar a liberação das licenças não-automáticas para o sapato brasileiro - em torno de 20 empresas têm estocados 3,38 milhões de pares por falta da autorização. A resposta será igual a do governo de Buenos Aires: o Planalto vai barrar a entrada de carros - há 40 mil veículos esperando as licenças - e de produtos como arroz e vinho.
Os porta-vozes foram os deputados federais Renato Molling (PP/RS) e Ronaldo Zulke (PT/RS) , que ontem estiveram no Ministério do Desenvolvimento tratando do assunto.
Assim como os fabricantes, os distribuidores argentinos também estão arcando com prejuízos por conta das travas às exportações. De acordo com Daniel Garcia, representante da companhia argentina Imexca, até agora o investimento da empresa foi de mais de R$ 2,6 milhões, que não serão recuperados caso não haja entendimento entre os dois governos.
Garcia, Antonio Isidori e Fernando Recalt, estiveram na Abicalçados em busca de “socorro” para a situação. “Procuramos a Abicalçados para que consigamos um diálogo com o governo brasileiro para que exija o cumprimento das regras do acordo do Mercosul e da Organização Mundial do Comércio”, disse Garcia, acrescentando que não é só dinheiro que se perde. “Perderemos credibilidade construída ao longo de 15 anos".
O deputado Renato Molling, que esteve com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse que a “retaliação” do governo a vários setores argentinos, será uma estratégia de pressão. Assim, os produtores do país vizinho vão se queixar ao governo deles, que terá de dar uma resposta.
Há um consenso de que toda esta turbulência está sendo provocada em razão do período eleitoral na Argentina, cujas eleições estão marcadas para 23 de outubro. Depois disto, acredita-se que a situação se normalize. No entanto, se isto não acontecer, o governo brasileiro deve começar uma campanha mais agressiva contra seu vizinho.
Ainda conforme Molling, a restrição ao carros argentinos deve ser imediata. Porém, estes 40 mil veículos que estão na fila de espera das licenças ainda não atingiram os 60 dias estabelecidos pela OMC.
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