
Novello Dariella
19 de mai. de 2022
Brandili transforma sobras de alimentos em adubo e resíduos têxteis em fios ecológicos

Novello Dariella
19 de mai. de 2022
Brandili aposta na economia circular. A empresa catarinense de moda infanto-juvenil, que emprega cerca de 1,2 mil colaboradores diretos e 700 indiretos em oficinas de confecção, tem investido em ações para minimizar os impactos ambientais de suas atividades.

Entre elas destacam-se a horta orgânica de 75 metros quadrados dentro de sua matriz em Apiúna (SC). Em funcionamento desde dezembro de 2021, nela são cultivadas hortaliças de época e também alguns temperos cultivados com adubo orgânico, desenvolvidos através de recicladoras de orgânicos com as sobras de alimentos geradas no preparo e consumo de alimentos do refeitório.
“Os equipamentos desidratam e reduzem os resíduos orgânicos da cozinha industrial a um composto orgânico inerte, o qual é utilizado como adubo. Passam pela máquina cascas, talos, sobras de frutas e vegetais, grãos crus ou cozidos e temperados, pães, bolos, tortas, cascas de ovos, ou sobras desse alimento cru e cozido, além de sopas ou ensopados”, explica o gerente de Sustentabilidade da Brandili, Leonir Felipe Soliman Filho. “Há uma base de cálculo para que não haja desperdício de alimentos. Mas, como oferecemos refeições em três turnos, sempre temos uma perda e também as sobras normais de preparo dos alimentos. Buscamos essa iniciativa para amenizar os impactos”, ressalta Filho.
De acordo com o gestor: “Com base no volume de resíduos orgânicos gerado na Brandili em Apiúna (40 toneladas/ano), deixamos de emitir uma tonelada de gás metano (CH4) e 28 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano no aterro sanitário localizado em Timbó (SC), o que contribui positivamente para a redução da emissão de gases de efeito estufa e reflete diretamente no incentivo a práticas de economia circular”.
A iniciativa da horta vem para complementar ações da empresa, como a reciclagem dos resíduos têxteis, realizada desde 2014 em mais de 40 oficinas de confecção em 13 municípios de Santa Catarina.
A matriz da Brandili consome 2 mil toneladas de malha anualmente e é responsável pela produção de aproximadamente 18 milhões de peças por ano, recebe os resíduos de confecção produzidos pela unidade de Otacílio Costa (SC) e facções de costura. O material se junta aos resíduos de corte e confecção gerados pela empresa, sendo posteriormente pesados e identificados de acordo com o local de origem. Então, a parceira EuroFios, de Blumenau (SC), faz a coleta do material e realiza o processo de desfibração do fio e a fabricação de um novo.
“Fazemos todo o controle do processo, desde o transporte do resíduo até a comprovação de destinação/reciclagem, de acordo com padrões e regulamentações ambientais”, complementa o gerente de Sustentabilidade.
O material desfibrado possui diversas aplicações, como enchimentos de pelúcias e almofadas, revestimentos acústicos, cobertores, mantas térmicas, geotêxteis, feltros, filtros, fios e barbantes reciclados. “Adotando de forma continuada ações de não geração, redução e reutilização, e cientes de que os aterros devem ser utilizados apenas depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento, recuperação disponíveis e economicamente viáveis, podemos afirmar que na Brandili, mensalmente, cerca de 21,2 toneladas de resíduos têxteis são transformadas em desfibrados e fios reciclados”, enaltece o diretor Geral, Jacques Douglas Filippi.
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