Black Friday ainda será o maior evento de vendas do ano, diz McKinsey
A pandemia pode ter mudado tudo que pensávamos saber sobre moda e varejo, mas, segundo um novo estudo Periscope da McKinsey, a Black Friday ainda será o maior evento de compras do ano, apesar das mudanças sem precedentes no comportamento de compra do consumidor e dos novos lockdowns e restrições gerados pela Covid-19.
Consumidores do mundo todo (com exceção da China) planejam reduzir seus gastos nas festas de fim de ano, mas três quartos dos entrevistados afirmam que pretendem participar de pelo menos um dos grandes eventos de compras da temporada.
A Black Friday está no topo da lista para 55% deles, superando facilmente os 43% focados no Prime Day da Amazon há algumas semanas e os 26% que se concentraram no Dia do Solteiro na última quarta-feira (11). Ela também vem à frente dos 39% interessados na Cyber Monday e dos 38% que estão esperando para comprar na véspera de Natal.
No Reino Unido, a Black Friday ultrapassou o Boxing Day (26 de dezembro) como o dia de compras mais popular, embora na China o Dia dos Solteiros ganhe destaque.
A McKinsey conversou com mais de 3.500 consumidores da China, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos e descobriu que eles estão muito preocupados com o orçamento este ano e planejam reduzir seus gastos e, por isso, estão procurando por “excelentes negócios”.
Na verdade, 81% dos consumidores planejam gastar o mesmo valor ou mais do que no ano passado nessas compras. Sendo 90% dos consumidores na China, 89% na Alemanha, 85% na França, 75% no Reino Unido e 73% nos Estados Unidos.
Mas a McKinsey diz que os varejistas devem ser cautelosos com o aumento da demanda, uma vez que "42% dos consumidores disseram ter tido uma redução leve ou significativa na renda", sendo 27% tendo menos dinheiro nos Estados Unidos, 26% no Reino Unido, 16% na França, 11% na Alemanha e 10% na China.
O estudo também destaca o início antecipado da temporada de compras de fim de ano este ano, pois os consumidores querem evitar possíveis atrasados nas entregas, falta de estoque, e outros inconvenientes, como os que aconteceram no início da pandemia.
Na verdade, é mais provável que os consumidores britânicos tenham antecipado ainda mais suas compras, o que parece uma boa jogada, já que a Inglaterra está agora no meio de um lockdown, com lojas não essenciais fechadas.
A McKinsey diz que os varejistas responderam à demanda dos consumidores com a antecipação e extensão dos eventos promocionais, abrangendo até uma semana ou mais. Mas “os eventos da Black Friday precisam ser sensíveis à ansiedade do consumidor”.
Cerca de 60% dos compradores nos Estados Unidos e nos três países europeus estão planejando participar da Black Friday este ano (em comparação com 50% em 2019). Mas "a ansiedade e o estresse são características da temporada de festas deste ano”, segundo a pesquisa.
De acordo com a McKinsey, “os varejistas devem estar cientes dos problemas e inspirar confiança em áreas como ambientes seguros da Covid-19 nas lojas, capacidade de oferecer uma grande experiência em escala, disponibilidade de estoque e compras que valham o dinheiro investido”. A pesquisa mostrou que uma média de 24% dos entrevistados estão ansiosos e/ ou estressados este ano, sendo esse número muito maior nos Estados Unidos e no Reino Unido (30% e 36% respectivamente), com níveis incrivelmente baixos na China (5%)”.
Também é interessante que neste ano tão incomum, a fidelidade à marca "permanece vulnerável". Outro relatório Periscope aponta que 40% dos consumidores compraram em um novo varejista este ano e um terço experimentou uma marca diferente, geralmente mais em conta. Isso continua durante a temporada festiva “com apenas 12% pretendendo comprar nas mesmas lojas que compraram no ano passado”.
Os pesquisadores disseram que os varejistas e as marcas precisam, portanto, comunicar aos clientes que eles têm o que desejam e que “os compradores da temporada de festas reforçaram essa” necessidade, indicando que “a personalização e o envolvimento nas mídias sociais desempenham um papel fundamental em suas compras este ano”. Cerca de 31% dos consumidores afirmam que usarão as mídias sociais para pesquisas e 23% afirmam que campanhas personalizadas podem desencadear a compra de um presente.
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