Godfrey Deeny
23 de abr. de 2020
BFC planeja plataforma digital mista e cancela Fashion Week masculina
Godfrey Deeny
23 de abr. de 2020
Quase um mês depois que Milão e Paris cancelaram suas temporadas de moda masculina e alta-costura marcadas para o verão europeu, o British Fashion Council (BFC) anunciou que sua temporada de junho será realizada em formato digital.
O BFC, o órgão de moda do Reino Unido, também revelou que "pelos próximos 12 meses" todas as Semanas de Moda de Londres se transformarão em temporadas mistas apresentadas em uma plataforma de gênero neutro. O que significa que a Semana da Moda Masculina de Londres deixará de existir pelo menos até o próximo ano. O BFC chamou isso de uma medida "para permitir aos designers mais flexibilidade".
O efeito imediato é que a próxima temporada masculina, inicialmente prevista para fim de semana de 12 a 14 de junho, será rebatizada como uma "plataforma apenas digital, à luz do ambiente atual", informou a organização em um comunicado divulgado na terça-feira (21).
No dia 28 de março, tanto a Camera della Moda como a Fédération de la Haute Couture et de la Mode, respectivamente os órgãos que regem a moda na Itália e França, anunciaram o adiamento das próximas temporadas de moda masculina e temporada de alta-costura. Por sua vez, o Council of Fashion Designers of America também cancelou sua temporada de verão.
No entanto, o BFC seguiu um caminho diferente ao avançar com a plataforma www.londonfashionweek.co.uk, projetada para o comércio e o público consumidor; com o objetivo de abranger o ambiente cultural, a criatividade e o espírito de Londres.
No entanto, até agora, o BFC não listou quais designers ou marcas participarão da temporada de junho em Londres. Em vez disso, ele limitou-se a enfatizar que o objetivo da temporada seria permitir que as empresas de moda e os criativos britânicos explorassem o espírito cultural de Londres e destacassem sua posição como uma cidade multicultural global.
"Ao reunir a comunidade da moda, a plataforma hospedará conteúdo multimídia exclusivo de designers, criativos, artistas e parceiros de marca, permitindo a colaboração e reunindo moda, cultura e tecnologia", acrescentou o BFC.
O objetivo de longo prazo do BFC é manter quatro temporadas de desfiles em Londres: em janeiro, fevereiro, junho e setembro. Mas resta saber se a temporada de setembro terá algum formato de passarela ao vivo com uma platéia presente.
"É essencial olhar para o futuro e para a oportunidade de mudar, colaborar e inovar". Muitas das nossas empresas sempre abraçaram a Semana da Moda de Londres como uma plataforma não apenas para a moda, mas também pela sua influência na sociedade, identidade e cultura", comentou Caroline Rush, diretora executiva do BFC.
"A pandemia atual está nos levando a refletir mais na sociedade em que vivemos e em como queremos viver e criar empresas quando essa situação passar. Esperamos que o outro lado da crise seja sobre a sustentabilidade, a criatividade e o produto valorizado, respeitado e apreciado. Ao criarmos uma plataforma para a semana da moda, estamos adaptando a inovação digital às nossas necessidades atuais e construindo algo que sirva como vitrine global para o futuro. Os designers poderão compartilhar suas histórias, e para aqueles que as tiverem, as suas coleções, com uma comunidade global mais ampla. Esperamos que, além das perspectivas pessoais sobre este momento difícil, haja muita inspiração. É por isso que a moda britânica é conhecida", acrescentou Rush.
Entre as instalações que serão exibidas estão entrevistas, podcasts, diários de designers, webinars e showrooms digitais, com o objetivo de gerar vendas.
O BFC também está se unindo à marcas como Amazon Launchpad, Facebook, Google, Instagram, Joor, Ordre / Orb360 e YouTube para desenvolver conteúdos exclusivos. Enquanto os parceiros de longa data British GQ, Evening Standard, JD.com, Lavazza, LetsBab, Mercedes-Benz, The May Fair Hotel e Toni & Guy reafirmaram seu apoio à temporada de junho.
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