UseFashion
20 de abr. de 2011
Beleza em 2022
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20 de abr. de 2011
Nas próximas duas décadas, o Brasil vai viver uma chance única de desenvolvimento. Chamada de bônus demográfico, esta fase representa o auge do período produtivo nacional, cujo ápice está previsto para 2022. Basicamente, isto ocorre porque a média de filhos por mulher no país caiu de seis para menos de dois nos últimos 50 anos, então dois terços da população estão na faixa etária produtiva, entre 15 e 64 anos. Pegar carona neste amadurecimento deve reforçar o faturamento de diversos segmentos, mas com o aumento do número de idosos no país, a moeda mais valorizada será a juventude.
Alguns especialistas estimam crescimento anual de quase 10% no setor de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético) neste período do Brasil, somando assim 108 bilhões de dólares até 2020, quase o dobro do volume atual dos Estados Unidos. Muito antes disso, segundo um estudo realizado pela Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o país vai desbancar os Estados Unidos e assumir a 2ª colocação no mercado mundial, atrás apenas do Japão. Neste momento, é essencial observar as peculiaridades do país e as demandas que surgem com o bônus demográfico.
Viver e rejuvenescer mais
Ao contrário do resto do mundo, a preocupação da mulher brasileira é maior com os cabelos do que com a pele, e uma pesquisa da francesa L’Orèal identificou que aqui existe 7 dos 8 tipos de cabelos do mundo. Como a falta de cabelos é um dos principais inimigos da aparência jovial, produtos específicos para públicos mais maduros, com queda de cabelos, fios grisalhos ou tingidos, deve receber atenção especial do mercado.
A proteção do corpo também tem prioridade entre os itens que devem ser impulsionados nos próximos anos. Além de incorporar propriedades para amenizar os efeitos do sol, como vemos em produtos que aliam base e proteção solar, há também maneiras de combater bactérias, poluição e ação natural do tempo. Novidades híbridas, como os aliméticos Beauty´in, que hoje são importados da Itália, devem ganhar produção nacional à proporção que o brasileiro assimila e consome mais destes produtos.
Depois da moda feminina abordar cada vez mais a apropriação do estilo masculino, é a vez dos HPPC fazerem o contrário. O provável protagonista desta inversão é o sabonete íntimo, que já faz parte do banho de mais da metade das brasileiras e só ganhou recentemente suas primeiras versões masculinas.
Mesmo com o envelhecimento do perfil populacional, os jovens merecem atenção redobrada, pois têm anseios e necessidades específicas, que demandam aprimoramentos e até novos produtos. A geração Y, que tem em torno de 20 anos, foi criada já com internet e então preza por instantaneidade, que deve ser traduzida em cosméticos de ação imediata. No entanto, por serem mais bem informados, estes jovens acreditam menos em milagres estéticos, portanto todo cuidado é pouco na hora de divulgar uma “propriedade revolucionária”.
Além do bônus demográfico, o país conta com fatores como prioridade para investimento estrangeiro, migração das classes D e E para C, aumento dos gastos com HPPC desde 2008 e crescimento da capacidade produtiva para desenvolver linhas mais completas e de mais qualidade. No entanto, quando expirado o prazo de validade de duas décadas, o envelhecimento destas pessoas inverterá o cenário e os fatores relacionados serão enfraquecidos.
Fotos: Divulgação
Eduardo Pedroso
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