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11 de jul. de 2022
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Bananatex, fibra de banana avança na indústria da confecção

Publicado em
11 de jul. de 2022

Após ser aplicado nos setores de calçados, acessórios e móveis, o tecido de fibra de banana, Bananatex, está sendo utilizado em vestuário. A produção de t-shirts, camisas, calças jeans, casacos e jaquetas já é possível graças aos tecidos refinados, bem como às primeiras explorações da fibra na forma de malhas.


Hannes Schönegger - MG/FNW


Seja na forma de sapatos para a H&M, bolsas para a marca Cos ou até chapéus para a MCM Worldwide, a Bananatex conseguiu, em poucos anos, despertar o interesse de um setor da moda em busca de uma alternativa aos materiais tradicionais. Uma busca bem conhecida pelo CEO e cofundador Hannes Schönegger, que em 2008 iniciou as atividades Bananatex como uma marca própria focada em materiais responsáveis.

"Depois de trabalhar com algodão orgânico, fibra de bambu e linho, ficamos sabendo da existência da fibra de bananeira, que é a mais forte encontrada em seu estado natural", explica o gestor. "Existe uma espécie de banana específica para isso nas Filipinas, principalmente para a indústria de papel e cordas, mas descobrimos que ninguém ainda a estava processando em fios finos. Era disso que precisávamos. Por isso, lançamos nossa pesquisa sobre esse material em 2015", acrescenta.

Três anos depois, a Bananatex lançou sua primeira bolsa de fibra de banana. Em seguida, várias marcas internacionais entraram em contato com a empresa sediada na Áustria para solicitar o uso do processo. "Para maximizar nosso impacto positivo, decidimos compartilhar nossas descobertas", observa Hannes Schönegger. A marca passou então a se chamar Qwestion, enquanto a Bananatex tornou-se uma estrutura dedicada à exploração da fibra de mesmo nome.

Uma fibra que hoje amplia seus horizontes. Depois de sapatos e bolsas, a empresa apresentou sua primeira camiseta no desfile Première Vision Paris de 5 a 7 de julho. Uma peça que abre as portas para a exploração da fibra em forma de malha. "A tecelagem é uma área que não conhecíamos antes, mas que vai nos abrir muitas possibilidades", comemora Schönegger. O executivo destaca ainda que a produção é capaz de atender a demanda, com produção em escala industrial de 50 mil fios por mês.


Colaborações da Bananantex: Good NewsxH&M,Liunic+H&M y Qwestion+Mover - Bananatex


A fibra é colhida e transformada em polpa nas Filipinas, antes de chegar a Taiwan, onde é fiada, tingida, tecida e acabada. Suas vantagens incluem a capacidade de se biodegradar em cerca de 90 dias através da compostagem e a possibilidade de ingressar no setor de reciclagem de papel. Outra vantagem da indústria filipina de fibra de banana é que as autoridades locais categorizam o setor, que tem alguns usos na indústria médica, entre os setores essenciais do país, de modo que a Bananatex foi pouco afetada pelos confinamentos locais.

A fibra de bananatex é duas vezes mais cara que o algodão, explica Hannes Schönegger, que ressalta, porém, que isso não aconteceria se o preço total dos materiais fosse observado. "Se olharmos para os custos reais, materiais convencionais como o algodão seriam muito mais caros, e isso é uma desvantagem para nós. Mas, em última análise, é menos uma questão de preço do que de valor. Hoje, tornou-se prejudicial uma marca não produzir com responsabilidade".

Recentemente, a Bananatex colaborou com a Pineapple Anam, fibra feita a partir de folhas de abacaxi da empresa Pinatex, e com a Regenerate Fashion, consultoria brasileira especializada em transformações responsáveis ​​na indústria têxtil. Sob a bandeira Fibral Material Alliance, seu objetivo comum é potencializar a influência das fibras de origem natural no setor.

Qwestion, marca própria da Bananatex


"Não vamos substituir os materiais dominantes, mas acreditamos que podemos fazer a diferença", diz Schönegger. “Nossa crença comum é que a natureza tem muito a oferecer, mas ainda não exploramos esse potencial. E pegamos atalhos, como a extração de petróleo. Apesar de ainda não sentirmos os efeitos, pagaremos por isso no longo prazo. E a indústria têxtil deve ter essa percepção", conclui.
 

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