Olivier Guyot
7 de jul. de 2022
Avenida Champs-Elysées volta a ser a artéria comercial mais atrativa da Europa
Olivier Guyot
7 de jul. de 2022
Lacoste há algumas semanas, Sandro e The Kooples nos próximos meses. Flagships estão florescendo novamente na avenida Champs-Elysées, enquanto a futura boutique da Saint Laurent e a nova loja Zara ainda estão em construção. A Louis Vuitton, que se prepara para realizar obras de expansão em sua loja no número 101 da avenida, abrirá em breve outra que permitirá receber seus clientes na antiga Marks & Spencer, no número 100.
Um pouco mais adiante, a Foot Locker ocupará o espaço da antiga Gap, no número 36, com um novo espaço ainda maior do que a sua loja atual. As marcas estão no caminho certo: dois anos antes das Olimpíadas de Paris de 2024, a avenida Champs-Elysées está em plena recuperação.
Publicado no dia 6 de julho, o estudo da Cushman&Wakefield em conjunto com MyTraffic confirma o retorno dos visitantes à famosa avenida parisiense. O estudo apresenta uma análise da evolução da atratividade das principais artérias comerciais de sete cidades-chave da Europa: Londres, Berlim, Madri, Roma, Bruxelas, Amsterdã e Paris.
Paris é a cidade que se destaca nesta análise. "Entre maio de 2021 e junho de 2022, o fluxo médio mensal de pedestres em frente às lojas mais que dobrou: todos os meses, 880.000 pessoas passam em frente a uma loja na rua", especifica o estudo.
"Entre maio de 2020 e junho de 2021, esse número foi de 435.000. Os dois primeiros meses de 2022 tiveram até mesmo um nível de atendimento maior do que 2020, antes da pandemia. Vale ressaltar que a crise dos coletes amarelos ainda foi observada na avenida em 2019 e início de 2020", aponta o estudo.
A presença de clientes supera a do mesmo período de 2019 (+23%). Nos últimos dois anos, a avenida teve uma série de fechamentos, principalmente de grandes marcas americanas, mas muitas estruturas comerciais e shopping centers ainda estão em construção.
No entanto, mesmo com uma taxa de disponibilidade na avenida de 22,4% segundo a Cushman & Wakefield, o potencial, com 30 milhões de turistas anuais, faz com que não haja redução no custo do aluguel. Em média, por ano, as localizações privilegiadas da icônica artéria de Paris custam 16.350 euros o metro quadrado.
Enquanto as marcas de moda e beleza de médio porte parecem forçadas a abandonar suas pretensões de se estabelecer na avenida, os projetos de maisons de luxo continuam muito presentes, assim como os de marcas premium e gigantes de esporte e lifestyle, como Adidas e Nike, que abrirão enormes lojas próprias em 2024.
A Cushman & Wakefield especifica que "vários players asiáticos no setor de mobilidade elétrica estão mostrando interesse na avenida". Enquanto muitas montadoras abandonaram a artéria há alguns anos, a revolução elétrica pode dar outro tom.
Além do "combate" entre as diferentes artérias comerciais, o estudo mostra sobretudo um retorno dos pedestres e, em particular, dos turistas europeus. Assim, enquanto na avenida Champs-Elysées o número de visitantes mais do que duplicou, a Leidsestraat em Amsterdã registrou +55%, a via del Corso em Roma, +49%, a Gran Vía em Madri, +44%, a Kurfürstendamm em Berlim (que encabeçou o ranking no ano anterior graças aos clientes alemães), +31%, e a Oxford Street em Londres, +31%. Apenas a rua Neuve em Bruxelas teve um crescimento modesto, com +3%.
"Os visitantes estão voltando para a Europa, com a notável exceção dos turistas da Ásia e da Rússia. Depois de um 2020 muito complicado, chegou a hora da estabilidade, antes de uma recuperação esperada no próximo ano. A visibilidade excepcional destas grandes artérias e a sua qualidade comercial continuarão a atrair turistas de todo o mundo", explica Christian Dubois, diretor do departamento de varejo da Cushman & Wakefield.
É, portanto, um ano de transição para essas grandes artérias comerciais, com uma aceleração no tráfego observada desde o início de 2022 em Amsterdã, Roma e Londres. Em Paris, no entanto, o público ainda não voltou aos níveis pré-pandemia. A Cushman&Wakefield analisa que estão sendo abertas ou planejadas flagship em todos essas artérias, como Ikea em Londres ou Uniglo em Madri. Como resultado, os aluguéis, que caíram acentuadamente no ano passado, entre 5% e 20% dependendo da cidade, estão se estabilizando.
Nesse contexto, embora a Champs-Elysées pareça estar passando por um bom momento, ela também é um ótimo investimento para as marcas. De fato, de acordo com o estudo, a renda média é muito maior do que nos outros locais analisados. O aluguel médio em Oxford Street (Londres) é de 7.000 libras o metro quadrado ao ano; na via del Corso (Roma) de 5.000 euros; na Gran Vía (Madri) e Kurfürstendamm (Berlim) a partir de 2.700 euros, e na rua Neuve em Bruxelas a partir de 1.550 euros. O estudo ainda faz uma observação: na maioria dos eixos, o luxo assume uma posição predominante.
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