Exclusivo
13 de jan. de 2014
Avanços tímidos na relação com Argentina frustram calçadistas
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13 de jan. de 2014
A esperança dos calçadistas de que a nova equipe econômica da Casa Rosada iria destravar as importações de calçados brasileiros, fomentada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, após visita a Buenos Aires, ainda em dezembro do ano passado, terminou.
De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) nesta semana, pouco mais de 50 mil pares de calçados foram liberados nos últimos dois meses, número que não chega a 8% do total que continua impedido de entrar na Argentina por conta das Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAIs).
Os mais de 638 mil pares que, mesmo já negociados, continuam retidos e representam um prejuízo imediato de US$ 11,6 milhões, são somente uma ponta do iceberg esculpido pelo protecionismo argentino. Os prejuízos são muito maiores, segundo cálculos da Abicalçados. “A nossa estimativa é de um prejuízo total de mais de US$ 20 milhões, já que os pedidos não se repetiram ao longo do ano. Além disso, a imprevisibilidade dos negócios fez com que muitos exportadores e também importadores do país vizinho desistissem das transações”, lamenta o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, que se diz decepcionado pela fraca evolução diante dos promessas feitas pelos argentinos ao governo brasileiro.
Segundo ele, os embarques das coleções de outono-inverno, que tradicionalmente iniciam na segunda quinzena de janeiro, estão ameaçados. “O prejuízo vai se acumulando”, acrescenta o dirigente, que não vislumbra uma resolução do impasse em curto prazo.
Prejuízo
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que ao longo de 2013 os argentinos compraram 8,9 milhões de pares que equivalem a US$ 118,8 milhões, quedas de 13% em pares e 12,6% em dólares no comparativo com 2012 (10,2 milhões e US$ 136 milhões).
DJAIs
Em vigor desde 2012, a DJAI foi o mecanismo encontrado pelo governo argentino para equilibrar a balança comercial do País. A burocracia funciona através da política informal do “uno por uno”, onde cada dólar importado deve ser exportado ou investido na Argentina. Depois de uma trégua que durou até julho de 2013, o governo argentino voltou a adotar a medida. A Abicalçados chama a atenção para o fato de que a Argentina, o segundo principal destino do calçado brasileiro, possui um mercado com potencial para o consumo de 20 milhões de pares verde-amarelos.
Foto: Arquivo
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