Autoridades investigam suposta importação de joias sauditas para Bolsonaro

As autoridades fiscais e policiais brasileiras anunciaram na segunda-feira (6) a abertura de investigações para determinar se funcionários do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro importaram ilegalmente joias doadas pela Arábia Saudita.

De acordo com uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada na sexta-feira (3), uma delegação do governo Bolsonaro tentou, em outubro de 2021, contrabandear joias no valor de US$ 3,2 milhões (cerca de R$ 16,5 milhões) para o país sem declará-las na alfândega.

Essas joias haviam sido apreendidas por funcionários da alfândega na bolsa de um funcionário ministerial que voltava de uma viagem oficial ao Oriente Médio. Segundo o jornal, o adorno (colar, anel, relógio e par de brincos) foi um presente do governo saudita para a esposa do ex-presidente, Michelle Bolsonaro.

O ex-ministro de Minas e Energia de Bolsonaro, Bento Albuquerque, disse ao mesmo jornal que um segundo lote de joias chamativas, incluindo um relógio e uma caneta-tinteiro da marca de luxo suíça Chopard, foi trazido para o Brasil sem ser interceptado.

Se forem confirmados, estes fatos “podem constituir violação da legislação aduaneira por falta de declaração e não pagamento de direitos”, indicou a administração tributária em nota de imprensa, anunciando que iria tomar “todas as medidas” necessárias.

A Polícia Federal de São Paulo também anunciou na segunda-feira a abertura de inquérito por "importação irregular" de joias, a pedido do ministro da Justiça, Flávio Dino.

No sábado, Jair Bolsonaro negou ter sido "ilegal". "Sou acusado de um presente que não pedi nem recebi", disse o ex-líder de extrema-direita em entrevista à CNN Brasil.