Após verão mais quente, Superdry anuncia resultados mais baixos que o esperado

Por

Sandra Halliday

Traduzido por
Novello Dariella

Publicado em
16 de out. de 2018

A Superdry informou que a onda de calor registrada no último verão e o baixo número de dias mais frios registrados em setembro vão afetar o seu desempenho econômico em cerca de 10 milhões de libras (11,35 milhões de euros). Visto que o segundo semestre costuma representar até 75% do lucro anual da Superdry, pode-se concluir que a marca obtém seu faturamento graças às vendas de artigos de inverno, portanto, um verão longo e extremamente quente, seguido de um outono ameno representa um efeito negativo para a empresa.

Na segunda-feira (15), a Superdry declarou que espera que as receitas de suas marcas tenham um aumento de um dígito no primeiro semestre. O volume de negócios alcançado através dos canais de e-commerce também deve aumentar em apenas um dígito, mesmo que nos sites de propriedade direta o grupo registre um crescimento de dois dígitos. Neste caso, o comércio atacadista de Superdry deve aumentar um dígito percentual (tanto para o semestre quanto para o ano todo). Além disso, as suas lojas devem sofrer uma queda entre 1% e 5%. E tudo isso deve resultar em lucros anuais mais baixos do que o esperado.
 
O que não funcionou? "Em um contexto de declínio da confiança do consumidor em seus principais mercados", "dois fatores específicos" pesaram particularmente, segundo a empresa. "O verão e o outono foram caracterizados por temperaturas excepcionalmente quentes no Reino Unido e na Europa continental, bem como na costa oeste dos Estados Unidos. Essas condições se prolongaram em setembro e na primeira quinzena de outubro, influenciando fortemente a demanda dos produtos da coleção outono-inverno, em especial os moletons e blusões, que representam cerca de 45% das vendas anuais da empresa. O efeito negativo das condições climáticas do primeiro semestre, combinado com os desafios que alguns parceiros de negócios da Superdry tiveram que enfrentar, devem ter um impacto negativo nos ganhos".

Diversificação
 
O anúncio influenciou o valor das ações da empresa, que caiu mais de 20% na segunda-feira. Mas a companhia está trabalhando em uma solução e já está no quinto mês de um programa de 18 meses focado na diversificação e na inovação de produtos, com o objetivo de "ampliar a oferta e remediar a dependência de certas categorias de produtos".

O programa visa, principalmente, acelerar a expansão da Superdry nas categorias de "menor participação", como vestidos, saias, tops e jeans, e estendê-la a novos segmentos de mercado, como itens de alto padrão, esportivos e licenciados. E a Superdry "continua mantendo sua força de penetração em seus principais segmentos (moletons, jaquetas e malhas), focando em inovações mais direcionadas".
 
Mas o clima não foi o único problema: as taxas de câmbio também tiveram um impacto negativo, com os mecanismos de cobertura correspondentes que não ofereceram o grau esperado de proteção. "Isso implicará em custos adicionais de cerca de 8 milhões de libras, distribuídos uniformemente ao longo do ano fiscal".

Há alguma esperança para o segundo semestre? Até o momento não está claro, e dependerá muito das condições climáticas e de outras circunstâncias externas. Mas a marca britânica foi incentivada "pelo número reduzido de dias mais frios em setembro, onde obteve um bom desempenho em relação ao ano anterior, especialmente nas categorias de inverno, graças ao aumento do número de visitantes em suas lojas”.

Apesar disso, a Superdry não espera que o retorno à normalidade aconteça em breve. “O comportamento do consumidor está mudando cada vez mais rápido no mundo todo: a Superdry continua investindo de forma a estimular ainda mais o crescimento da empresa", declarou a companhia.
 
Para o CEO da Superdry, Euan Sutherland, a empresa tem "uma forte imagem de marca, com oportunidades significativas de crescimento, apoiada por sólidas capacidades operacionais; no entanto, ela não está protegida das dificuldades provocadas pela onda de calor incomum". "Estamos bem preparados para as festas de fim de ano, mas a segunda metade do ano fiscal de 2019 apresenta um percentual igual de riscos e oportunidades”.