Godfrey Deeny
6 de mar. de 2019
Alexander McQueen: a glória sombria do norte da Inglaterra
Godfrey Deeny
6 de mar. de 2019
Um retorno às raízes - as de Sarah Burton e não de Alexander McQueen. A estilista britânica apresentou uma coleção excepcional, com uma mistura suntuosa de alfaiataria, alta-costura,, com um toque chic e um pouco de magia.
Sarah Burton levou sua equipe de volta à sua cidade natal, ao norte da Inglaterra, em busca de inspiração, é claro, mas também para visitar as fábricas locais, que incluem nomes como William Halstead, John Foster, Bower Roebuck, Savile Clifford e Joshua Ellis. O resultado foi a alfaiataria mais original desta temporada de desfiles - misturas sofisticadas de listras em ternos masculinos dignos de banqueiros londrinos, jaquetas sóbrias com pequenas pregas, e costumes pied-de-poule, elegantes e punk ao mesmo tempo.
Seus primeiros looks definiram desfile: duas caudas cortadas com corte criativo, usadas sem camisa, e com faixas plissadas penduradas de um lado. Clássico, mas impressionante, complementado com botas militares Alexander McQueen, com laços vermelhos contrastantes, ou com muitas tachas prateadas.
"McQueen sempre esteve ligado à alfaiataria. Alexander trabalhou na Savile Row. É assim que começamos. Essa é a espinha dorsal do que vestimos, mas ao mesmo tempo, para homens e mulheres", explicou a diretor criativa da marca desde a morte de seu fundador, Sarah Burton.
Para as noites mais frias do norte da Inglaterra, ela propôs grandes casacos de estilo militar, azul-marinho no topo e xadrez até o joelho. Fora do comum, o que tornou a imagem ainda mais bonita.
”Levei minha equipe às cidades industriais e à natureza selvagem de onde vim, nas colinas de Derbyshire. Esta é a justaposição de dois mundos, a realidade das cidades versus a beleza da natureza", acrescentou Sarah Burton, visivelmente entusiasmada nos bastidores do desfile.
A confecção e os tecidos da coleção eram de sobriedade britânica, assim como o cenário. Embora encenados em uma das melhores escolas de Paris, o Lycée Carnot, os convidados sentaram-se em enormes e confortáveis rolos de lã.
Além disso, os acessórios apresentados eram brilhantes; brincos em forma de aro, dignos de um guerreiro Maasai, gargantilhas metálicas, fitas de metal e arreios em forma de correntes, colares abstratos de vidro.
E, para finalizar, Sarah Burton se superou com um deslumbrante vestido Valkyrie incrustado de joias; e vestidos de cetim memoráveis, ultra-volumosos, enrugados e com rosas gigantes de tecido: uma vermelha e outra branca.
"Esta é a Guerra das Rosas (guerra civil relacionada aos direitos de herança da coroa da Inglaterra no século XV, ed). É de onde vim”, brincou Sarah Burton, que recebeu uma enxurrada de elogios depois de apresentar o mais belo mood board imaginável. Uma verdadeira obra de arte.
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