A marca esportiva Adidas anunciou na quinta-feira (20) a redução da sua previsão de lucros para 2022, em sequência da queda nas vendas na China devido às restrições sanitárias relacionadas com a Covid-19 e à desaceleração econômica nos mercados ocidentais.

O grupo alemão espera um lucro líquido de 500 milhões de euros este ano, contra 1,3 bilhão esperados ainda em agosto, segundo um comunicado. Os seus ganhos deverão subir a uma "taxa média de um dígito", contra uma estimativa anterior de uma "taxa média a elevada de um dígito". Estas novas previsões "consideram uma deterioração das tendências na China”, acrescenta a Adidas, que aponta para as "contínuas restrições generalizadas relacionadas com a Covid-19".
 
O grupo sofre igualmente com a "redução da demandas do consumidores nos principais mercados ocidentais"desde o início de setembro, num contexto de abrandamento econômico relacionado à inflação.

A empresa alemã sofre há vários meses com a rigorosa política sanitária da China em relação à Covid-19, que está dificultando a sua atividade no país onde a marca esportiva se desenvolveu fortemente nos últimos anos. As vendas no país caíram de uma "taxa elevada de dois dígitos" durante o terceiro trimestre, segundo a Adidas. A empresa está muito exposta na China, que representa “3 bilhões de euros em vendas" por ano, ou 16% de todas as suas vendas no mundo.
 
O lucro líquido do terceiro trimestre atingiu 179 milhões de euros, contra 479 milhões no ano passado, nomeadamente devido à "liquidação das atividades na Rússia", aprofundou ainda a Adidas. O grupo anunciou no início do ano a suspensão das suas atividades na Rússia, com uma perda de lucros estimada em 250 milhões de euros em 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
 
Um raro ponto positivo: o efeito estimulante da Copa do Mundo de Futebol 2022, que deverá permitir ao grupo atingir um crescimento de "dois dígitos" no seu volume de negócios no quarto trimestre.
 
A Adidas divulgará os seus resultados completos em 9 de novembro.