Reuters
Estela Ataíde
29 de mar. de 2023
Adidas diz que design de Black Lives Matter viola marca registrada das três riscas
Reuters
Estela Ataíde
29 de mar. de 2023
A gigante esportiva Adidas pediu ao Trademark Office dos Estados Unidos para rejeitar um pedido de marca registrada do movimento Black Lives Matter com três riscas paralelas, alegando que isso pode confundir o público.

Num pedido, apresentado na segunda-feira (27), a Adidas disse à referida entidade que o design de riscas amarelas da Black Lives Matter Global Network Foundation Inc pode ser confundido com a sua famosa marca registada de três riscas. A Adidas tentou bloquear o pedido do grupo para usar o desenho em produtos que também comercializa, como t-shirts, bonés e bolsas.
A Adidas não quis comentar sobre o assunto. Representantes do grupo Black Lives Matter também não fizeram quaisquer declarações até ao momento.
A Adidas afirma que utiliza o seu logotipo desde 1952 e que adquiriu "fama internacional e um tremendo reconhecimento público".
A Adidas apresentou mais de 90 ações judiciais e firmou mais de 200 acordos relacionados com a marca das três riscas desde 2008, de acordo com documentos judiciais de uma ação que a empresa moveu contra a marca de moda do designer Thom Browne. Nesse caso, um júri decidiu em janeiro que as riscas da Thom Browne não violavam os direitos de marca registrada da Adidas.
A Black Lives Matter Global Network Foundation é a entidade de maior destaque do movimento descentralizado Black Lives Matter, que surgiu há uma década para protestar contra a violência policial contra os negros. O grupo entrou em novembro de 2020 com pedido de uma marca registrada federal, que consiste num design de três riscas amarelas para uso em uma variedade de produtos, incluindo roupas, publicações, bolsas, pulseiras e canecas.
A Adidas alega na sua declaração que o design é muito semelhante ao seu logotipo e que os consumidores provavelmente pensarão que os seus produtos estão relacionados ou são procedentes da mesma fonte.
O Trademark Office deu ao grupo Black Lives Matter o prazo até 6 de maio para responder.
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