Estela Ataíde
17 de fev. de 2021
Adidas diz adeus à Reebok
Estela Ataíde
17 de fev. de 2021
A fabricante alemã de artigos esportivos Adidas AG anunciou na terça-feira (16) que irá se separar da Reebok, a marca americana de sportswear que comprou há 15 anos para ajudar a competir com a sua grande rival Nike Inc, mas que não conseguiu relançar.
A empresa explicou que a decisão faz parte de uma estratégia de cinco anos que irá apresentar no dia 10 de março. O grupo indicou que pretende concentrar esforços na consolidação da “posição de liderança da marca Adidas” no mercado mundial de artigos esportivos.
Kasper Rorsted, CEO da Adidas, declarou em comunicado: "As oportunidades de crescimento de longo prazo para a nossa indústria são muito interessantes, especialmente para as marcas esportivas emblemáticas. Após uma cuidadosa reflexão, chegamos à conclusão de que a Reebok e a Adidas serão mais capazes de alcançar o seu potencial de crescimento de forma independente uma da outra. Trabalharemos diligentemente nos próximos meses para garantir um futuro de sucesso para a marca Reebok e para a equipe que a apoia."
O grupo Adidas disse que irá declarar a Reebok como uma atividade descontinuada (discontinued operations) a partir do primeiro trimestre de 2021. E acrescentou que irá revelar mais detalhes sobre o plano de negócios estratégico da Adidas no dia 10 de março de 2021.
Em 14 de dezembro, a Adidas já havia formalizado que estava considerando se separar da Reebok, confirmando os boatos cada vez mais persistentes sobre o assunto.
No ano fiscal de 2019, a Reebok viu suas vendas aumentarem 12% para 485 milhões de euros na América do Norte, enquanto na Europa as vendas caíram 2% para 471 milhões de euros. Na Ásia-Pacífico, as vendas recuaram 15% para 296 milhões de euros, enquanto a Rússia e seus mercados periféricos cresceram 11% para 168 milhões de euros. Por fim, a América Latina e os mercados emergentes progrediram 3% e 14%, respetivamente, para 170 e 156 milhões de euros.
Desde o início da década de 2010, os acionistas da Adidas pressionavam a administração para revender a Reebok. Em 2014, falava-se até de um cheque de 1,7 bilhão de euros preparado por um magnata tailandês e fundos de Abu Dhabi que deveria ir parar na mesa de Herbert Hainer, o então diretor-geral do grupo Adidas. A Reebok acabou permanecendo no portfólio da Adidas e esta oferta caiu no esquecimento. Por outro lado, em 2016 o CEO passou seu bastão para Kasper Rorsted.
Em setembro, a Reebok confiou sua direção artística mundial a Kerby Jean-Raymond. O fundador da marca Pyer Moss tornou-se assim vice-presidente responsável pela direção criativa da marca do grupo Adidas. O designer já colaborava com a marca americana de sportswear desde 2017. Em julho de 2019, ele assumiu também a liderança de uma nova divisão dedicada à colaborações e propostas criativas, batizada de "Reebok Studies".
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