UseFashion
10 de jul. de 2013
Abertura da Francal discute mercado brasileiro
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10 de jul. de 2013
Como acontece tradicionalmente, o Fórum de Moda e Marketing abriu a 45ª edição da Francal, reunindo no auditório do Parque Anhembi expositores, lojistas e outros profissionais do setor calçadista na última segunda-feira, dia 8.
Quem deu início às palestras foi o ex-ministro da fazenda Maílson da Nóbrega, que falou sobre as perspectivas da economia brasileira. Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, apresentou sua experiência como varejista e a situação do setor no país. Para encerrar o dia, Walter Rodrigues trouxe aos convidados indicações sobre as tendências do verão 2013/14, sempre valorizando a identidade brasileira.
Perspectivas para a economia do país

Maílson da Nóbrega começou sua palestra fazendo duras críticas à política econômica do governo de Dilma Roussef, mas garantiu que, apesar disso, acredita que o país “não corre risco de desandar”. Nóbrega explica que algumas medidas, como o controle de preços para cumprir metas da inflação, a falta de transparência nas contas públicas e a ação concentrada no consumo e não no desenvolvimento da indústria fazem o Brasil perder qualidade da política fiscal, ter deterioração nas contas externas e, entre outras consequências, ter baixo crescimento. Mesmo com os erros, o ex-ministro diz que algumas projeções para 2013 não são pessimistas. O PIB deve crescer 2%, a inflação deve se manter em 5,8%, e a taxa de desemprego, apesar de não diminuir, se manterá estável em 5,5%.
Para o setor calçadista, o atual conselheiro da Grendene diz que 2013 deverá ter uma recuperação depois de um ano de 2012 com perdas. “O desafio é a competição com a China, mas isso deve mudar. A China está em transformação e vai depender mais do consumo: os chineses vão exportar menos e consumir mais”, garante.
Cenário atual do varejo brasileiro

A palestra da presidente da Rede Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, foi marcada pela leveza. Não pelo assunto tratado, mas pela forma conduzida pela executiva: Luiza fez a plateia refletir, mas também rir. A executiva destacou a importância do varejo no país, já que o setor é hoje o segundo maior empregador, perdendo apenas para o governo.
E com tantas mudanças na era da informação, como fazer para se destacar no mercado? Luiza dá a receita: inovação e atendimento vão distinguir uma empresa da outra. “Essas duas coisas só se fazem com pessoas alinhadas e comprometidas. Por isso as pessoas passaram a ser tão importantes. Varejo é feito disso, tem que envolver pessoas”, explica.
Para demonstrar como fazer isso, a empresária citou a experiência própria da Magazine Luiza. Entre as clássicas comissões e premiações por metas, a empresa também dá incentivos financeiros para mulheres com filhos até 10 anos, o cheque-mãe, e concede bolsas de estudo para seus funcionários cursarem o ensino superior. “E não precisa ser em uma área relacionada com a nossa empresa. Nós acreditamos que assim estamos contribuindo também para a educação no Brasil”, diz.
Uma medida que deve beneficiar o varejo brasileiro, segundo Luiza, é o programa Minha Casa Melhor, que dá até R$ 5 mil de crédito para a compra de móveis e eletrodomésticos com a possibilidade pagamento em até 48 vezes. “Esse benefício não vai ser bom só para quem vende geladeira e sofá. Sabe por quê? Porque vai dar crédito para quem nunca teve. Não porque as pessoas estão endividadas, mas porque o cadastro positivo não funciona no Brasil. E, logo, essas famílias vão ter crédito para comprar calçados também”, garante.
Inspirações de verão 2013/14

Apesar do título de sua palestra, Walter Rodrigues não se limitou a apontar os temas do verão 2013/14 para os participantes. Entusiasta da brasilidade que é, Walter incentivou o público a também valorizar o que é daqui: “As marcas estrangeiras querem vir para cá porque estão acreditando no mercado brasileiro”. O estilista diz que os empresários precisam tirar proveito da proximidade da Copa do Mundo. “O público que vem para a Copa é predominantemente masculino. Mas esse público vai querer amenizar a culpa da viagem levando presentes. Quer melhor presente que um sapato ou uma bolsa, que nem tem numeração?”, instiga.
O estilista também incentiva a pensar como as estampas podem revelar elementos da nossa natureza como, por exemplo, a textura de uma trama feita com palha: “Olhem para as coisas comuns, mas geometrizem isso”. Por isso, muitas cores, animal print e texturas que remetem a essa nossa riqueza natural e cultural estão em voga na próxima estação.
Fotos: UseFashion
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