Guia JeansWear
26 de jan. de 2015
ABIT reúne jornalistas para mostrar expectativas têxteis para 2015
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26 de jan. de 2015
Na última quinta-feira (22/01), na sede da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) em São Paulo, ocorreu a coletiva de imprensa com Rafael Cervone, presidente da associação. No evento, foram divulgados os números da indústria têxtil e de confecção em 2014 e as expectativas do setor para este 2015.
Os resultados de 2014 do setor mostram, sem surpresas, um ano negativo, com perdas de postos de trabalho – foram 20 mil postos negativos em 2014 frente a um saldo positivo de mais de 7 mil em 2013; produção de menos 5% face ao saldo positivo de 0,2% em 2014; queda de 6,7% nas exportações, faturamento 4,8% menor comparado a 2013 e inflação 5,9% maior, também no comparativo com o ano anterior.
Durante a coletiva, Cervone afirmou que toda a indústria de transformação brasileira sofreu queda, especificamente de 4,2%, e que os números negativos não se limitam ao setor têxtil. Segundo ele, apesar de 2015 ser um ano imprevisível, o crescimento não deve passar de 0,5% no segmento têxtil – isto sendo muito otimista.
O que não quer dizer que a ABIT está estática esperando o pior. O presidente da associação anunciou uma série de medidas a serem tomadas junto ao governo nacional e dentro da própria indústria, vislumbrando um futuro próximo positivo para a moda brasileira.
Tomando como exemplo os países desenvolvidos que estão retomando suas atividades industriais em busca do crescimento do PIB, uma das principais metas é valorizar a indústria e saber aproveitar o mercado interno. O consumo aparente de vestuário deve fechar com 1,4 milhões de toneladas em 2014 e a projeção é de 2,1 milhões de toneladas em 2015, consumo muito acima da produção atual nacional.
Para equilibrar a balança entre consumo e produção, e para fortalecer a indústria têxtil e de confecção brasileira, a ABIT focará em 4 áreas em 2015: trabalhista, tributária, inovação e produtividade e comércio exterior. Segundo Cervone, as leis trabalhistas precisam de uma modernização urgente.
Um gráfico apresentado pela dirigente confirma que a produção não acompanhou o aumento dos salários, o que torna inviável a operação de qualquer empresa. “Eu não estou dizendo que precisamos acabar com os direitos trabalhistas, mas precisamos ter opções de livre acordo, além de uma justiça do trabalho menos superprotetora”, afirma.
Seguindo a agenda de compromissos para 2015, um projeto chamado RTCC, que pretende apoiar o crescimento das confecções através de sistemas tributários mais simples e favoráveis, é uma das saídas apresentadas para fortalecer o elo mais frágil da cadeia de produção.
Na área de inovação e produtividade, a ideia é intensificar os investimentos em produto e gestão, ajudando as empresas a tornarem-se mais sólidas e eficientes, não só em se tratando de produto, mas também de maturidade empresarial, ação que busca viabilizar empresas para atender à demanda em alta do mercado interno e também para fortalecer a quarta área de foco da ABIT em 2015, o comércio exterior.
Aumentar as exportações através de acordos comerciais é imprescindível para equilibrar o déficit na balança comercial, afirma Cervone. Através do programa da TexBrasil, que conta com mais de 1.500 empresas participantes, a ideia é exportar não só produto, mas também conceito.
Para tornar as empresas brasileiras e o produto nacional interessante para o mercado americano, mexicano e europeu, principalmente, a TexBrasil age através de planos e programas que avaliam a maturidade da empresa, sua capacidade de exportação e de manter prazos, e busca de inovação de marca, pensando desde o plano de negócios até o produto final.
Além dessas ações que buscam resultados de curto e médio prazo, a ABIT também está focada no futuro, mirando aumentar a participação dos têxteis industriais no PIB nacional. Para Tanto, ela busca a inclusão do setor no Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento.
Outro projeto é a inclusão do kit têxtil no Programa Minha Casa Melhor (cama/mesa/banho), inserção do setor nas cadeias globais de valor (estudo em parceria com o CNI e Senai-Cetiqt) e o lançamento da terceira legislatura Frente Parlamentar Têxtil e Confecção, em março.
Em suma, a visão de futuro da ABIT para a indústria têxtil é “ser reconhecida e admirada pela relevância econômica, política e social de suas atividades, competitiva globalmente e exportadora de destaque no cenário mundial, possuindo como diferencial a utilização ética e sustentável da diversidade de recursos naturais e de competências humanas, enfatizando com criatividade a identidade brasileira, interagindo com outras cadeias produtivas e formando uma rede de valor ágil e versátil, intensiva em conhecimento e integrada desde a concepção ate a disposição final de seus produtos – customizados, funcionais e inovadores – que despertem a emoção e atendam as exigências dos diferentes segmentos de consumo”. e Cervone afirma que a associação está tomando as melhores medidas possíveis já para fazer esse futuro acontecer.
Imagens: Divulgação | Reprodução
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