
Florent Gilles
20 de fev. de 2013
A jovem criação em Londres, uma aposta política

Florent Gilles
20 de fev. de 2013
As apresentações outono-inverno 2013-2014 de Londres aceleraram o passo, complicadas entre Nova York e Milão e levadas pelo entusiasmo crescente das autoridades locais, da mídia e dos compradores internacionais que não estão criando mais impasse nesta etapa.

Desde a inauguração oficial sexta-feira passada, não faltou persuasão às palavras de Nathalie Massenet: "A moda britânica nunca foi tão reconhecida mundialmente, saudou a heroína do e-commerce de luxo nomeada este ano para chairman do British Fashion Council. Não existe uma loja ou uma publicação de moda que não volte os olhares para Londres para se atualizar", declarou. Sua missão para a moda britânica parece muito clara: "Queremos guiar e não seguir, vamos definir nossas próprias regras e entraremos em uma era de restauração dos negócios, de inovação e, principalmente, de confiança em nós"... O British Fashion Council, o qual está convidando a imprensa internacional, os compradores e cada vez mais jovens marcas emergentes não britânicas para aproveitar o crescente eco de Londres, tem a particularidade de ser uma instituição governamental, portanto, política. Quanto à imprensa, a presença de membros da revista Vogue Americana e do site Style.com, por outro lado, vislumbra uma dimensão afetiva, o que é muito importante para redatoras e jornalistas dessas mídias líderes, sendo eles próprios britânicos, Anna Wintour e Tim Blanks encabeçando.

O estilo das coleções londrinas se mostra cada vez mais realista, como se a seriedade reivindicada pelas autoridades já impactasse as mentes criativas, extravagantes por tradição. A nova sentinela comemorada pela imprensa de moda – J.W. Anderson, Michael Van der Ham, Sister By Sibling, Simone Rocha etc. – privilegiou propostas dirigidas a uma clientela mais ampla do que o de costume. Até mesmo as estrelas confirmadas – Katrantzou, Pilotto, Saunders e Erdem – seguem nesta estação sua trajetória experimental e fora do enquadramento sem esquecer de agradar a um espectro de clientes mais amplo. Se, dentro da turbulenta Louise Gray, rolos de papéis higiênicos espalham os looks de uma coleção de júbilo batizada de "Hey Crazy", os trajes se revelam ser tudo aquilo que há de mais sério e, comercialmente, sedutores.
A palma do desfile mais aplaudido regressa incontestavelmente à grife Christopher Kane recentemente comprada pela PPR. Sua rica coleção de 60 peças ultradesejáveis conquistou o coração de Salma Hayek, presente na primeira fila, e provavelmente confortou François-Henri Pinault em relação a seu investimento. A ponto de deixar Christopher Kane desfilar em Londres para sempre? Não é tão certo, de acordo com os últimos burburinhos dos corredores. Se fosse esse o caso, seria a primeira marca londrina apoiada pela PPR a não desfilar em Paris, Stella McCartney e Alexander McQueen testemunhando isso.
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