Novello Dariella
21 de dez. de 2019
2019: Os principais momentos do ano
Novello Dariella
21 de dez. de 2019
O ano de 2019 foi dominado pelas falências de muitas marcas antigas, uma crescente preocupação com a inclusão, várias mudanças de executivos e algumas grandes aquisições - a LVMH no topo da lista com a Tiffany.
JANEIRO
Problemas na Dolce & Gabbana continuam na China
No ano fiscal de 2018-19, a Dolce & Gabbana perdeu um quarto das vendas na região Ásia-Pacífico devido a um vídeo publicitário considerado racista. O video mostrava uma jovem chinesa tentando comer comida típica italiana, como uma pizza gigante ou um enorme cannolo siciliano, com hashi. Mais tarde, Dolce & Gabbana emitiu um pedido de desculpas por vídeo, mas isso não silenciou os apelos de boicote na China.

Marcas alemãs clássicas enfrentam dificuldades, mas Gerry Weber sobrevive
As empresas de moda alemãs Bree, René Lezard, Strenesse e Schuhpark Fascies foram apenas algumas das que tiveram dificuldades com a insolvência em 2019. No entanto, a varejista de moda internacional Gerry Weber, que entrou com pedido de falência em janeiro, conseguiu sobreviver e foi comprada em julho pela Robus Capital e Whitebox, apesar de sua subsidiária Hallhubert ter sido vendida. A J.P. Morgan se juntou a elas em dezembro.
FEVEREIRO
Gucci aprende uma lição de “blackface"
A Gucci, a locomotiva do grupo Kering, começou o ano mal com uma controvérsia relacionada à um suéter que parecia apresentar um design racista de “blackface". Nas semanas seguintes, a Gucci nomeou Renée Tirado como diretor de diversidade e lançou um programa de inclusão dotado de um orçamento de 10 milhões de dólares.

MARÇO
Tom Ford faz seus primeiros movimentos no CFDA
Tom Ford assumiu a presidência do Council of Fashion Designers of America e entrou em ação imediatamente. Em um movimento ousado de inclusão, ele nomeou quatro novos membros para o conselho - Carly Cushnie, Maria Cornejo, Kerby Jean-Raymond e Virgil Abloh. Em sua primeira temporada no comando, diversos estilistas mudaram seus desfiles de setembro de Manhattan para o Brooklyn - Tory Burch, Michael Kors e Per Moss, enquanto Tommy Hilfiger se dirigiu para o norte do Harlem para se apresentar no lendário Apollo Theatre. Tom Ford, sempre independente, irá apresentar sua própria coleção em Los Angeles, dois dias antes do Oscar.

Galeries Lafayette lança “loja de departamentos do futuro na Champs-Elysées, em Paris
Em março, a loja de departamentos francesa inaugurou uma instalação de 6.500 m2 na famosa avenida parisiense. Concebida como um laboratório de varejo de moda e projetada para atrair uma clientela internacional que busca o melhor do prêt-à-porter, acessórios de moda e produtos de beleza. Nenhuma viagem de compras está completa sem uma parada na nova GL da Champs.

ABRIL
Versace muito atarefada
Foi um ano muito movimentado para a Versace, com a conclusão de sua aquisição de 1,83 bilhão de euros pela Michael Kors, que passou a se chamar Capri Holdings. Nicolas Crespin começou a supervisionar a marca de luxo italiana em abril, embora seu experiente CEO Jonathan Ackroyd ainda seja muito ativo. A Versace também lançou uma linha de perfumaria premium e anunciou que suas coleções masculinas e femininas serão exibidas juntas em 2020. A marca também anunciou recentemente que Donatella irá apresentar sua coleção Cruise nos Estados Unidos na primavera.
Sonia Rykiel entra em liquidação, mas empresários franceses compram os direitos da marca.
Depois de investir por muitos anos para relançar a marca parisiense, o proprietário First Heritage Brands finalmente jogou a toalha no início de 2019. Como não conseguiu encontrar um comprador, a empresa fundada pela designer Sonia Rykiel em 1968 entrou em liquidação. O tribunal colocou à venda os direitos da marca e, em 17 de dezembro, dois dos fundadores da Showroomprivé, os empresários franceses Eric e Michael Dayan, adquiriram os direitos de marca registrada para esse "nome icônico da moda francesa". Os novos proprietários vão relançar a marca em 2020.
Grupos de luxo se mobilizam para ajudar Notre Dame
As imagens dramáticas da Catedral de Notre Dame em Paris sendo devoradas pelas chamas foram transmitidas pelo mundo todo em abril, e o incêndio mobilizou os principais grupos de luxo franceses. LVMH, Kering, L'Oréal e as famílias proprietárias prometeram doações entre 100 e 200 milhões de euros para a reconstrução da catedral, provocando uma controvérsia em relação às deduções fiscais relativamente modestas que eles podem reivindicar.

PRIMAVERA VERÃO
Novos proprietários para The Kooples e De Fursac
Duas célebres grifes francesas passaram a fazer parte de grandes grupos de moda: em março, The Kooples anunciou que foi comprada pelo grupo suíço Maus Frères (também proprietário da Lacoste, Aigle e Gant), enquanto a marca de moda masculina De Fursac foi comprada pela SMCP em junho.
MAIO
Rihanna coroada nova rainha da moda pela LVMH
Um mero boato no início do ano, o projeto "secreto" criado pelo grupo de luxo de Bernard Arnault com a cantora pop Rihanna foi finalmente revelado em maio, com o lançamento da primeira coleção de prêt-à-porter e acessórios, Fenty, que se tornou uma nova sensação de luxo global imediatamente.

O insaciável Wolfgang Joop retorna aos 75 anos com Van Laack
O renomado designer de moda alemão Wolfgang Joop fez um retorno impressionante em maio ao se tornar diretor criativo da empresa especializada em camisas Van Laack. Em junho, as primeiras criações do estilista, que completou 75 anos este ano, foram exibidas na feira Premium, em Berlim, atraindo grandes multidões.
JUNHO
Um adeus parisiense a Karl Lagerfeld
Diversos estilistas, editores, executivos e centenas de amigos disseram adeus a Karl em meados de junho em Paris, em uma homenagem única ao designer falecido em fevereiro. Com leituras e performances de Tilda Swinton, Cara Delevingne, Pharrell Williams e Fanny Ardant: algumas músicas de Lang Lang tocadas em um piano que Karl projetou, e uma mistura de vídeos de Lagerfeld com seus “bon mots", lidas em diversos idiomas e aforismos polidos. Helen Mirren leu uma série de seus trocadilhos mais importantes, acompanhada pelo violinista Charlie Siem, antes da companheira favorita do grande costureiro - sua amada gata birmanesa Choupette percorrer desoladamente o palco da segunda casa de Karl, o Grand Palais.

Protestos em Hong Kong tiram marcas de luxo do mercado
Os protestos em massa pela democracia em Hong Kong afetaram gravemente as marcas de luxo no mercado local desde que eclodiram neste verão. Muitas marcas de luxo globais foram fechadas em Hong Kong, como Prada e Cartier. O tráfego de turistas caiu 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Praticamente todas as empresas de varejo locais sofreram queda nas vendas. Enquanto marcas que, mesmo inadvertidamente, apoiam o chamado pela liberdade política, foram punidas pelo partido comunista.

JULHO
LVMH se torna sustentável com a aquisição da Stella McCartney
Em julho, um ano depois de firmar um acordo com a Kering para recomprar sua empresa, Stella McCartney surpreendeu o setor ao unir forças com sua rival - a outra gigante francesa de luxo, LVMH. A designer e empresária britânica conseguiu fortalecer sua empresa se mantendo a acionista majoritária, e assumiu o novo papel de "consultora pessoal" de Bernard Arnault em questões ambientais.

AGOSTO
Farfetch adquire New Guards
Em agosto, a plataforma de compras de luxo Farfetch foi notícia quando anunciou que compraria o New Guards Group, que controla as marcas Off-White, Palm Angels, Heron Preston e County of Milan. A operação de 675 milhões de dólares, no entanto, claramente desagradou o fundador da Off-White, Virgil Abloh. Um mês depois do anúncio, ele não compareceu ao desfile da Off-White no Centre Pompidou em Paris. Aparentemente, Abloh não recebeu nenhum dinheiro porque o New Guards vendeu a licença da Off-White e não a marca. Oficialmente, Abloh anunciou que estava "desacelerando" por ordem o médica. Hmm…

A falência da Barneys, a morte mais triste do varejo
Depois de declarar sua segunda falência em 96 anos de história, a Barneys New York foi vendida para a Authentic Brands em novembro, marcando o fim de uma era de ouro no varejo. No entanto, quando a liquidação começou, a Authentic Brands anunciou que a flagship localizada na Madison Avenue permaneceria aberta por pelo menos mais um ano.
Kering revela "Fashion Pact”
Liderada por François-Henri Pinault, em uma missão dada a ele por Emmanuel Macron, a Kering apresentou o pacto inovador em 26 de agosto na reunião do G7 realizada em Biarritz, França. Entre seus cerca de 30 signatários estão empresas como Chanel, Adidas e o grupo Mulliez. O objetivo do "Fashion Pact” é reduzir o impacto das indústrias da moda e do luxo no clima, na biodiversidade e nos oceanos.

Empresa chinesa Ellassay adquire IRO
Em agosto, o grupo de moda chinês Ellassay adquiriu 100% do controle da marca francesa IRO. Depois que a aquisição for concluída, o grupo irá ajudar a IRO a se desenvolver rapidamente e também irá promover ainda mais a presença global do grupo Ellassay. O grupo já controla a francesa Vivienne Tam e a alemã Laurél.
SETEMBRO
Desfile Savage x Fenty de Rihanna no Brooklyn
Rihanna organizou facilmente o desfile mais importante da temporada de Nova York, mesmo que os celulares tenham sido notavelmente proibidos no evento na era do Instagram, mesmo levando os dois telefones de Suzy Menkes para longe. Uma reunião que durou 40 minutos, digna de um espetáculo da Broadway, com hip hop, arte performática, teatro de rua e um desfile de lingerie muito inclusivo com mulheres de várias raças e cores, formas e tamanhos. Realizado com exclusividade para a Amazon Prime, o evento catapultou Savage X Fenty para a estratosfera da lingerie. Passe para o lado Victoria's Secret.

Demna Gvasalia deixa a Vetements
Em setembro, o designer Demna Gvasalia, nascido na Geórgia, anunciou sua saída da Vetements, a marca que ele criou com seu irmão Guram em 2014. O designer saiu dizendo que sentia que havia cumprido sua missão “de um design conceitual e inovador". Depois de deixar a marca de Zurique, ele continuará com seu papel na Balenciaga, e tem um desfile marcado para sexta-feira, 17 de janeiro, na temporada da moda masculina de Paris, que será realizado por uma equipe criativa ainda ainda desconhecida.
Política chinesa cria grande turbulência na moda
A política chinesa sempre foi uma questão delicada para as marcas, mas em 2019 a sensibilidade subiu para novos níveis. Em agosto, uma camiseta da Versace foi brutalmente criticada pela mídia chinesa. Por quê? Por sugerir acidentalmente que Hong Kong e Macau eram países separados da China. Resultado: a popular atriz Yang Mi encerrou seu contrato com a Versace. O mesmo "erro" também foi encontrado em uma camiseta da Coach pouco tempo depois. Com isso, a Tapestry, grupo que controla a Coach, demitiu seu CEO Victor Coach em setembro. Mas, isso não impediu a modelo chinesa Liu Wen, embaixadora da marca Coach, de cortar seus laços com a marca americana.
OUTUBRO
Gernot Lenz assume o comando da Tom Tailor
Foi um outubro agitado para Tom Tailor. Logo após o anúncio de um acordo de financiamento com os bancos e o acionista majoritário Fosun, a empresa de moda em dificuldades nomeou o ex-CEO da S.Oliver, Gernot Lenz, para liderar a Tom Tailor, em substituição a Heiko Schäfer, que deixou a empresa junto com o CFO Thomas Dressendörfer.
Claus-Dietrich Lahrs se torna o CEO da S.Oliver
A S.Oliver também anunciou uma mudança em sua gestão. Claus-Dietrich Lahrs assumiu o cargo de CEO no lugar do fundador Bernd Freier, que ocupou temporariamente o cargo após a saída de Gernot Lenz. Freier se desligou do gerenciamento operacional, o que pode significar uma nova era para a marca, especialmente sob a liderança de Lahrs, que tem uma orientação premium, após ter trabalhado na Bottega Veneta, Louis Vuitton, Dior e Hugo Boss.

Alber Elbaz se une a Richemont
Alber está de volta, ou quase. O admirado e aclamado designer da Lanvin tem um novo emprego à vista. Ele irá lançar um novo projeto em 2020, apoiado pela Richemont, o terceiro maior grupo de luxo do mundo. Até o momento não há muitos detalhes.

Galliano ganha voto de confiança
A OTB de Renzo Rosso decidiu renovar o contrato com John Galliano como diretor criativo da Maison Margiela. Desde que ele ingressou na empresa em 2014, Galliano recebeu elogios da crítica por sua abordagem vanguardista de fazer da Margiela “a Maison de alta-costura mais cool”. E os resultados comerciais também são motivadores: sob sua direção, a marca dobrou o faturamento.

NOVEMBRO
Grupo LVMH compra a Tiffany
A gigante francesa de artigos de luxo teve grande sucesso comprando a marca de americana joias pelo valor recorde de 16 bilhões de dólares (aproximadamente 14,7 bilhões de euros). Esta foi a aquisição mais significativa da história da LVMH, que foi celebrada por Bernard Arnault, que disse: "um ícone americano se tornou um pouco francês".

Escândalo da Victoria's Secret
Depois que Les Wexner, CEO da empresa proprietária da Victoria's Secret, L Brands, foi publicamente conectado ao agressor sexual Jeffrey Epstein, o desprezo pela marca de lingerie aumentou ainda mais. A marca já não estava em boa saúde quando o diretor de vendas da L Brands, Ed Razek, foi criticado por seus comentários controversos em relação a transgêneros e modelos plus-size. Evidentemente, alguns CEOs não têm sensibilidade para o movimento #MeToo e empoderamento feminino. Para completar, este ano, a Victoria's Secret cancelou seu mítico desfile após 24 anos de história.
Kylie Jenner vende sua marca por mais de meio bilhão de dólares
Em 18 de novembro, o grupo americano de cosméticos Coty desembolsou 600 milhões de dólares para assumir o controle da Kylie Cosmetics, a marca de maquiagem fundada por Kylie Jenner. A Coty, que também proprietária dos perfumes das marcas Bourjois e Calvin Klein, adquiriu uma participação de 51% na empresa que, quatro anos após sua criação, foi avaliada em 1,2 bilhão de dólares, tornando Kylie Jenner a bilionária mais jovem do mundo.

Dia dos Solteiros bate novos recordes
Desde 2009, o "Singles’ Day” (Dia dos Solteiros) da Alibaba/ Tmall se tornou um grande evento comercial. Muitos esqueceram a origem desta data de compras, mas as vendas vem batendo novos recordes a cada ano. Em novembro de 2019, com um crescimento de 26%, o Dia dos Solteiros registrou 268 bilhões de yuans - ou aproximadamente 34 bilhões de euros. Não é de se admirar que ele influencie tanto o comércio eletrônico, da JD.com à Amazon.
DEZEMBRO
Família real do Catar realiza mudanças no alto escalão da Valentino e Balmain
A família real do Catar, proprietária de Valentino e Balmain, está reorganizando ambas as marcas. Em Paris, a Balmain viu seu CEO Massimo Piombini deixa-la pela Diesel e ser substituído por Jean-Jacques Guével. Enquanto em Roma, existem muitos boatos de que Jacopo Venturini substituirá Stefano Sassi. Além disso, a saída de seu diretor administrativo para mercados globais, Sebastian Suhl, já foi anunciada para janeiro.
Galeria Kaufhof funde-se com Karstadt
As lojas de departamentos Galeria Karstadt e Kaufhof ganharam um novo nome e um novo logotipo, depois que HBC e Signa concluíram sua fusão. Em junho, a austríaca Signa se tornoua única proprietária, enquanto a fusão legal de ambas as empresas ocorreu em novembro. Em dezembro, a companhia adquiriu a varejista esportiva SportScheck do Grupo Otto, em um esforço para se expandir ainda mais esse segmento.
Vitória eleitoral conservadora: industria da moda não está tão animada com o Brexit
A Rainha da Inglaterra pareceu resplandecente no novo parlamento, mas a ideia do Brexit não é tão bem-vinda na comunidade da moda. Qual o custo do Brexit para a moda até o momento? Certamente milhões, talvez até bilhões. É difícil mensurar porque o Brexit ainda não aconteceu. Sim, a queda da libra fez os turistas aumentarem os gastos com luxo, mas prejudicou as exportações. No entanto, o maior custo foi a perda de vendas para consumidores cautelosos e três anos de empresas controlando os planos de investimento. Ainda é esperado um êxodo de estudantes europeus das famosas faculdades de moda de Londres, uma vez que as taxas serão dobradas. Uma fuga de grandes profissionais da moda também deverá acontecer praticamente da noite para o dia.

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