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Terra
Publicado em
27 de abr. de 2011
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"Nunca experimentei o fracasso", diz Cardin

Por
Terra
Publicado em
27 de abr. de 2011

O estilista Pierre Cardin, 88 anos, é falante, sorridente, confessa que ama o trabalho e adora ser dono de seu próprio nariz. Sem nunca ter tido um sócio, ainda é líder de sua própria empresa e de vários outros negócios. "Nunca experimentei o fracasso".


"Meu prazer é trabalhar. Não tiro férias", afirmou nesta terça - (26), durante entrevista coletiva - Foto: Léo Pinheiro/Terra
Direto de São Paulo


É sim um workaholic: "Meu prazer é trabalhar. Não tiro férias", afirmou nesta terça (26), durante entrevista coletiva no Shopping Iguatemi, em São Paulo, onde apresenta um desfile com 160 looks femininos e 40 masculinos, em uma retrospectiva dos 60 anos de sua grife. Na quinta-feira (28), o estilista recebe convidados para a festa de inauguraçao da exposição Pierre Cardin - Criando Moda, Revolucionando Costumes.

Durante o encontro com os jornalistas, chegou pedindo desculpas pelo atraso de 20 minutos e fez um breve resumo de sua vida. Vestia paletó azul-marinho, camisa azul-calar com colarinho braco, calça branca, mocassim azul-marinho e gravata de fundo escuro com minicarrinhos coloridos como estampa. Com seus cabelos brancos e olhos azuis, esse italiano que imigrou para a França aos 2 anos afirmou que elegância vem de dentro e não pode ser medida pela roupa que se usa. "Uma rainha pode ser deselegante e uma doméstica, muito elegante!", disse.

Em 1959, criou o desfile de roupas prêt-à-porter, moda que se disseminou pelo mundo nos anos seguintes e abriu seu primeiro espaço na galeria Printemps, em Paris, o que lhe valeu a expulsão da Câmara Francesa de Alta-Costura. Não se arrepende nem um pouco de suas iniciativas. "Eu queria criar uma marca e não uma grife, que em francês significa arranhão. Se tivesse ficado apenas com a alta-costura, hoje eu não existiria. O prêt-à-porter e os licencimentos me fizeram o que sou", afirmou o brincalhão e animado Pierre Cardin, que perdeu as contas de quantas vezes já veio ao Brasil. "Umas 12 ou 15. A primeira, há uns 45 anos". Confira abaixo trechos da entrevista concedida pelo estilista, que falou em francês, mas arriscava também o italiano, sua lingua natal, por achar que seria mais bem-compreendido em São Paulo, para onde vieram muitos italaianos, inclusive um tio seu, em 1922.


Trabalho
"Amo trabalhar. Comecei aos 17 anos na Cruz Vermelha, quando comandava mais de 1,5 mil pessoas. Lá aprendi a gerenciar pessoas. Fui ator, bailarino, asssistente de Christian Dior, arquiteto. Fui embaixador da Unesco após o acidente nuclear em Chernobil. Tenho teatros, restaurantes. E agora vou construir um prédio supermoderno em Veneza. Meu maior prazer é trabalhar. Não tiro férias. Nunca pratiquei esporte algum. Apenas trabalho. E tomo conta de todos meus empreendimentos. Sou 100% dono de minha marca".

Licenciamentos
"Me criticaram muito quando comecei com o prêt-à-porter e deixei a alta-costura, para a qual voltei depois. Quando comecei a dar meu nome a todos os tipos de produtos - chocolate, água, champanhe, hotel, sardinha. Mas eu não queria criar apenas uma grife, que em francês significa arranhão, mas uma marca. E consegui. Se ficasse apenas na alta-costura, hoje não existiria. Sobrevivi por causa dos licenciamentos e do prêt-à-porter. E hoje me orgulho de ser o mais velho costureiro em atividade da França. E dono da minha marca. Tudo o que fiz teve sucesso. Nuca experimentei o fracasso".


Sucessão
"Não me preocupo com isso. Tenho uma equipe que trabalha comigo há 40, 50 anos. Quando morrer, não tenho como saber o que vão fazer, mas, com certeza, não vão criar as mesmas coisas que eu, porque cada um tem um estilo, seu próprio estilo. Não se pode fazer o que já foi feito. É preciso criar coisas novas. Sim, estou à venda, se alguém pagar o que vale minha empresa (disse em tom de brincadeira). Hoje o mundo tem quase 7 bilhões de pessoas e, se cada um der um franco (anterior moeda francesa), pode ser esse o valor de minha empresa, não sei".


Mulher brasileira
"Ouço falar da mulher brasileira desde que trabalhava com Christian Dior nos anos 40 e 50. Estavam entre as mais bonitas do mundo. E hoje as modelos brasileiras também são consideradas as mais bonitas. Com as várias origens que imigraram para cá, há um pouco de todas as raças. Hoje o Brasil criou uma nova raça de pessoas, lindas, com muitas influências".


Elegância
"A elegância é uma coisa que vem de dentro. Podemos saber se uma pessoa é rica ou pobre pelo tipo de roupa de usa, mas a elegância não depende disso. Depende de como a pessoa é. Uma rainha pode ser deselegante e um doméstica, superlegante".


Moda
"Imagine um corpo nu no deserto. Você não sabe como é aquela pessoa, como é seu caráter. Mas, se ela veste algo, dá para saber seu estilo, sua personalidade, seu grupo social, sua nacionalidade, sua sofisticação ou não. Há duas coisas muito importantes no mundo: comer e vestir-se. A moda é necessária. Além disso, emprega milhões de pessos no mundo".


Jovens
"Hoje há muitos jovens talentosos e de vanguarda no mundo, mas muitos pertecem a uma elite. Talvez existam até mais do que no meu tempo. E, agora, há muito mais possibilidade de criar e de conhecer as coisas, com a TV, internet etc. E para os jovens que começam na moda, meu conselho é: trabalhem muito. Esse é o segredo. E criem seu estilo. Se você tem um estilo e é copiado ou reconhecido por esse etilo, ótimo. Não copiem. Visitem museus, estudem para saber o que ainda não foi feito. E façam o novo, como eu fiz e continuo fazendo".


Viagem
"Viajo muito, mas não por lazer. Não vou a bares ou coisas assim. Viajo para conhecer a cultura, o povo e a forma de viver daquele país. Esse é meu aprendizado. Observo tudo. Conheço muito países e fui dezenas de vezes a vários deles. Já vim ao Brasil umas 12 ou 15 vezes. Conheço as coisas daqui. Até trabalhei num filme de Caca
Diegues, Jons Francesa, de 1971".


Guerra
"Passei por uma guerra, quando tinha de comer apenas um pedaço de pão por dia. Isso formou minha personalidade, minha vontade trabalhar e vencer. E sei dar valor às coisas. Numa guerra, um frasco de perfume vale nada frente a uma lata de sardinha ou um pedaço de pão. Por isso, sei dar valor aos produtos que tenho e licencio. Há 10 anos, comprei uma fonte de água em Florença, cuja água hoje é usada em hospitais e vendida em fármacias".




Rosângela Espinossi

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