9 de abr. de 2018
'Moda Ilustrada': livro conta a história fashion do Brasil
9 de abr. de 2018
Os croquis virtuais dos estilistas nativos digitais são o mais recente capítulo de uma série de pinturas e desenhos que, ao longo dos séculos, não só foram a base para que modistas, costureiras ou designers transformassem em realidade uma ideia, mas também acabaram se tornando registros preciosos da evolução da moda brasileira. O livro "Moda Ilustrada", lançamento da Luste Editores, conta essa história por meio de 228 ilustrações, parte delas também em exibição em uma exposição que fica em cartaz até o dia 28 de abril no Museu Belas Artes de São Paulo e cuja curadoria é do editor Marcel Mariano.

"Quem desenha é mais feliz. (...) Hoje, mesmo no império da roupa pronta, o croqui mantém a sua importância na construção do universo gráfico para superfícies têxteis, estamparia, figurinos, cenário e memória gráfica. E é o ponto de partida, solitário e pessoal, para a construção de todo universo mágico do vestir", afirma Ronaldo Fraga no prefácio da obra.
Com textos de Maria Rita Alonso e colaboração de Marília Kodic, a publicação é dividida em quatro partes: "Raízes", "Ruptura", "Contracultura" e "Era Digital".
"O resultado é uma sequência ágil e vibrante das transformações radicais ocorridas na indumentária, todas elas devidamente contextualizadas, com o objetivo de oferecer um documento definitivo sobre a moda e a história dos costumes no Brasil – ainda que não tenhamos seguido 100% a sequência cronológica, para não comprometer o ritmo do projeto gráfico", comentam Marcel Mariano e Maria Rita Alonso.
Marta de Divitiis também foi responsável pela pesquisa, que levou mais de um ano:
"O mais interessante foi perceber, especialmente por meio das revistas Fon-Fon, Jornal das Moças, O Cruzeiro, as mudanças marcantes da moda, como na virada dos anos 20 do século XX, quando as saias encurtaram, assim como os cabelos", conta ela, revelando a dificuldade de reunir o material: "Entrei em contato com costureiros e estilistas como o Ugo Castellana, o Rui Spohr, Ronaldo Fraga, Walter Rodrigues, com ilustradores como o Daniel Maia e Iesa Rodrigues (que começou a carreira nessa função no Jornal do Brasil). Por outro lado, tive grande dificuldade em obter desenhos do Clodovil e do Ney Galvão (não conseguimos) ao contrário do Markito, cuja irmã foi de uma delicadeza absurda".
Uma série de telas e gravuras de artistas renomados retratam as vestimentas do período colonial, na primeira parte da obra:
"As roupas eram ostensivas, pesadas e volumosas, de tecidos como veludo, seda, tafetá e brocado, com bordados, babados, laços, plumas... Os vestidos tinham decotes quadrados, armações nas saias, mangas bufantes e cinturas marcadas por corsets. Era comum também o uso do rufo, uma grande gola engomada e plissada, que dava um ar austero ao visual", afirma Maria Rita.
Em seguida, o livro exibe ilustrações trazidas nas primeiras revistas de moda do país, entrando em uma fase marcada pela emancipação feminina, em um período que vai de 1889 a 1994.

Estilistas renomados como Dener, Conrado Segreto e Gloria Coelho aparecem na terceira parte. E na quarta seção, vemos o surgimento das grandes empresas, com processos verticais de produção e peças acessíveis, feitas em larga escala.
"Na parte final, relacionamos ainda trabalhos feitos com colagens, aquarelas, traços livres e desenhos digitais, assinados por uma nova geração de criadores, que flerta explicitamente com as artes gráficas", finalizam Marcel Mariano e Maria Rita.

Serviço:
Exposição: "Moda Ilustrada"
Curadoria: Marcel Mariano
Período: 04 a 28 de abril de 2018
Local: Museu Belas Artes de São Paulo
Endereço: Rua Dr. Álvaro Alvim, nº 90 – Vila Mariana - São Paulo/SP
Horários: Segunda a sexta-feira, das 10 às 20h / Sábados, das 10 às 16h
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