Tablet e iPad, tem ouvido falar demais nestes itens, certo? Sabe as vantagens que podem trazer ao seu negócio? A seguir, você confere a 1ª parte de uma reportagem exclusiva que apresenta maneiras de pesquisar, criar, gerenciar e vender com o tablet nas mãos. Acompanhe...

Quase um nome próprio

Tablet é qualquer dispositivo em formato de prancheta, com tela sensível ao toque, que mistura funcionalidades de computador e smartphone. iPad é o aparelho lançado pela Apple em abril de 2010. Esta ligação estreita entre tipo de aparelho e produto é explicada por sua liderança absoluta de mercado.

Em abril de 2011, ele foi o mais citado em uma pesquisa realizada pela empresa E.life, obtendo mais de 93% de lembrança. Os pontos percentuais restantes, menos de 7, ficaram divididos entre 10 concorrentes. Com uma presença tão massiva, não é ousado dizer que, aos poucos, o aparelho deixa de ser fenômeno para fazer parte do dia a dia, desempenhando vários papéis, inclusive na rotina corporativa e no ponto de venda.

iPad no PDV: satisfação X encantamento

Alavancar as vendas na loja pegando carona na imagem de algo muito cobiçado não é uma prática nova. Já vimos desde redes de fast-food vinculando suas refeições ao filme infantil mais comentado do ano até grifes internacionais que associam coleções inteiras com o novo recordista de algum esporte. No entanto, um produto da marca mais valiosa do mundo em 2011 está mudando a forma com que esta interação acontece.

Enquanto muitos ficaram contra o iPad devido ao que perceberam como limitações, tantos outros demonstraram grande empolgação com a facilidade de interação proporcionada pelo alardeado lançamento Apple. Quem viu essa recepção inicial, não tinha noção do impacto que o aparelho causaria nas mais diversas áreas, mas já sabia que o tablet ia dar o que falar. Aos poucos, ele se torna grande aliado nas vendas em loja, mas não como produto, e sim como parte da experiência de compra.

Proporcionar boas emoções no ponto de venda é tão importante quanto a qualidade dos produtos que lotam as prateleiras e araras. Com o aquecimento do comércio online, quem vai atrás de uma loja física quer mais do que teria ao comprar no conforto do lar. Na moda, estes atrativos devem ser ainda melhor trabalhados, já que, segundo a 8ª pesquisa F/Radar, promovida pela F/Nazca, roupas, calçados e acessórios compõem a 2ª categoria de produtos mais comprada pela internet, perdendo apenas para os eletrônicos.

O papel da ambientação na decisão de compra na loja física é estudado por especialistas há mais de 3 décadas, mas sua aplicação ao varejo online é recente, e esta é a vantagem que deve ser explorada pelos lojistas. Em comparação com o varejo tradicional, a web é mais simples, menos interativa e gera menos estímulos, sobretudo para compras por impulso. Em suma, a internet apenas satisfaz por enquanto e, para competir, o varejo físico deve utilizar uma arma mais poderosa que o contentamento: o encantamento.
 

Promoção de vendas

Ao contrário do que bombardeiam as redes sociais, fazer promoção com o iPad vai muito além de premiar "a melhor frase" ou "quem der mais RT" com um aparelho. Se é pelas novas possibilidades de interação que o produto Apple é cobiçado, então é na experiência de uso que ele se destaca. Confira algumas maneiras de utilizar o gadget para complementar o processo de consumo na loja:

• Experiência de luxo: mais da metade dos brasileiros querem um iPad, mas a porcentagem de quem tem o aparelho é minúscula. Saciar esta curiosidade no ponto de venda, ainda que por instantes, é uma estratégia para transformar desejo em atenção. A presença funciona também com quem já tem o aparelho, pois para este a loja passa uma imagem atual e atenta.

• Cliente conectado: pedir que o cliente utilize um computador para solicitar atendimento não parece muito gentil. No entanto, se a situação envolver um tablet, que já pode fornecer descrições de produtos ou guiar durante a procura dos itens, tiver também um botão para pedir auxílio de um vendedor, soa natural e prático.

• Catálogo 2.0: se escolher o tênis certo já não é tão fácil, imagine encontrar a linha exata entre dezenas de marcas e modelos. Ter uma grande variedade de opções não é ruim, mas pode desmotivar o cliente se o método de busca for complicado ou lento. No iPad, fica fácil integrar os itens de estoque e prateleira de uma loja com as demais da rede, ou até indicar compras online.

• Autosserviço atraente: na sala de espera de um consultório, você escolhe a revista de variedades ou o informativo institucional? Misturar conteúdo e entretenimento no iPad pode ser interessante para vender ao marido que espera sentado enquanto a esposa escolhe os sapatos novos.

• Nas mãos do vendedor: além de oferecer conteúdo, o iPad pode servir para reter informações. Anotar as preferências de clientes conforme suas faixas etárias, por exemplo, pode ser útil quando um adulto pedir uma sugestão de roupa para presentear um adolescente. Facilitar o processo de compra envolve entender cada vez melhor os clientes, assim como personalizar o atendimento aumenta as chances da fazer com que eles voltem.
 

Quem já está encantando

O número de marcas que aposta no tablet Apple para conquistar clientes é pequeno, mas as diferentes situações em que ele está sendo utilizado demonstram, na prática, sua versatilidade. Abaixo, confira 3 casos em que o aparelho auxilia a venda de cosméticos, calçados e roupas:

 Dove

Durante uma ação promocional para lançar a nova linha de produtos específicos para cada tipo de cabelo, a Dove realizou atendimentos personalizados em hipermercados. Promotoras com iPads convidavam clientes para testes interativos, em que conheceriam os novos produto e descobriam o que mais combinava com as necessidades do seu cabelo.

 Puma

 A marca esportiva trouxe um setor da fábrica para a loja com o auxílio do aparelho. Através do aplicativo Fábrica Criativa, o cliente cria seu tênis como bem entende, projetando modelos no iPad. Depois de pronto, o desenho vira ordem de pedido e é transformado em produto. Outros produtos, como bolsas, camisetas e jaquetas devem ser adicionados ao programa nos próximos meses.

 Topshop

 Cabelo, maquiagem e uma seção de fotos. Estes são os brindes que acompanham as roupas compradas em lojas Topshop nos Estados Unidos e Londres. Neste caso, a máquina fotográfica foi substituída por um iPad 2, que já demonstra na prática uma das vantagens de possuir câmera, item ausente na 1ª versão. As imagens seguem para impressão e podem ser postadas na galeria de fotos da Topshop no Facebook ou diretamente no perfil do cliente na rede social.

Dicas de especialistas

O que é um aplicativo de iPad? Quanto custa ter um? Um tablet ajuda nas vendas para qualquer público? Estas e outras perguntas são respondidas abaixo, por 3 especialistas no desenvolvimento de soluções empresariais no iPad. Para ver cada uma das 3 entrevistas, clique na foto ou no texto respectivo:

 Bira Miranda
 Diretor de planejamento na B1 Comunicação e Marketing
"É fundamental ter a exata medida de até que ponto o cliente pode viver a experiência sozinho, tendo o iPad como ferramenta, e até que ponto é necessário a presença humana para viabilizar o processo. Usar o iPad só para estar na moda, não é aconselhável."

 Paulo Cibella
 Diretor de tecnologia na Nuxen  
"O aplicativo representa cerca de 25% do investimento necessário para usar o tablet como uma ferramenta de trabalho. O restante destina-se à compra dos próprios equipamentos e às despesas mensais com telefonia."

 Bruno Bergamo
 Diretor de planejamento na FutureLab Bureau
"Há pouco tempo houve um incentivo fiscal do governo e agora a Apple vai abrir uma empresa aqui. Isso vai estimular muito a assimilação do iPad pelo varejo."

iPad 2: real e virtual mais próximos
A principal diferença da nova versão, lançada em maio de 2011 no Brasil, é a presença de duas câmeras, uma na frente e outra no verso do aparelho. Estas inserções abrem porta para outra tecnologia que ganha cada vez mais força na promoção de vendas: a realidade aumentada.

Na 2ª parte da reportagem, veja como o iPad auxilia os profissionais envolvidos com pesquisa, criação e gestão de moda.

Fotos e vídeo: Divulgação
Eduardo Pedroso