Por
Flavia Pollo
Flavia Pollo
Publicado em
28 de abr. de 2010
28 de abr. de 2010
Tecendo solidariedade
Por
Flavia Pollo
Flavia Pollo
Publicado em
28 de abr. de 2010
28 de abr. de 2010
O desfile de abertura do Dragão Fashion Brasil foi ovacionado por uma platéia que lotou a sala do centro de convenções. Na passarela, modelos desfilavam um árduo trabalho manual e minucioso de 32 cooperativas carentes do Ceará.
A coleção de 30 looks misturou crochê, richilieu, macramê e bordados, mostrando que a arte de tecer roupas pode ser feita de forma ecosustentável, com design e beleza.
O trabalho destas comunidades carentes faz parte do projeto Conexão Solidária, que desde o ano passado tem por objetivo qualificar a mão de obra e dar visibilidade às peças para que sejam comercializadas.
Apesar de novo, o projeto está presente em 15 estados, com sede em São Paulo, de onde tudo é gerado. Ao total, 160 cooperativas estão associadas, o que representa cerca de 10 mil pessoas de norte a sul do país. Após identificar potenciais compradores, os agentes expõem as peças feitas e geram demanda às comunidades de todo o Brasil. Das vendas efetuadas, 50% fica com a comunidade e os outros 50% são investidos em mais trabalho de prospecção.
Desta última coleção apresentada no Dragão Fashion, as expectativas são muito boas. Alguns empresários já contataram o projeto demonstrando interesse em revender os produtos. “Esta coleção foi muito bem aceita. Esperamos ter retorno comercial em breve”, observa Almir dos Santos Alves, coordenador técnico da Conexão Solidária nacional.
Até então, as mulheres das cooperativas expunham seus trabalhos em feirinhas da cidade, junto a outros artesãos. A partir da inserção do Conexão Solidária, foram chamados os estilistas André e Raphaella Castro para ajudar a desenvolver esta coleção. Com o auxílio de um olhar profissional, o resultado foi às passarelas do Dragão Fashion Brasil e recebeu elogios e aplausos do público.
Ao final do desfile, junto aos estilistas, estavam na passarela bordadeiras, costureiras e rendeiras das cooperativas, cujas mãos haviam produzido as peças que a todos encantaram. Radiantes, abanando a todos, elas receberam os holofotes merecidos por um trabalho brilhante. “Eu me senti como uma manequim com um pouco mais de idade. Cada vez que alguém elogiava uma peça minha eu pensava: Meu Deus, está todo mundo falando de uma roupa minha, que orgulho!”, observou a entusiasta Francisca Iracilda de Matos Castro, que integra a cooperativa Arte e Costura do Ceará e hoje é professora de cursos de costura à comunidade.
A jornalista foi convidada a cobrir o evento pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, por meio do programa TexBrasil.
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