Os industriais brasileiros preveniram recentemente que a lei para reduzir em quatro horas a semana de trabalho irá aumentar os custos do trabalho e tornar várias das principais indústrias da maior economia da América Latina menos competitivas.

Os líderes das federações de indústrias do Brasil encontraram-se com os congressistas para os persuadir de votarem a favor da lei. A proposta de reforma constitucional apoiada pelos sindicatos irá reduzir as horas que os empregados trabalham, das atuais 44 horas por semana para as 40 horas, sem redução de pagamento, e será aplicada nos setores público e privado.

A lei também prevê um aumento do valor a pagar pelas horas extra, para 75% do preço/hora normal, em comparação com os atuais 50%. Os líderes das indústrias brasileiras consideram que a lei vai prejudicar a competitividade internacional do Brasil, já afetada pelos impostos mais altos da América Latina.

A nova lei, segundo os seus defensores, onde se inclui o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, poderá criar até 3 milhões de novos postos de trabalho, mas os críticos, como Alcantaro Correa, presidente da federação da indústria de Santa Catarina, afirmam que os setores de trabalho intensivo, como as indústrias têxtil e do calçado, podem perder postos de trabalho para a automação. «Está provado que a redução da semana de trabalho não gerou emprego em França, Alemanha e Itália», conclui.