Ralph Lauren: reorganização causa erosão nas margens

Por

Olivier Guyot

Publicado em
14 de nov. de 2016

A Ralph Lauren anuncia ter obtido um volume de negócios de 1.821 bilhão de dólares (6.180 bilhões de reais) em seu segundo trimestre, encerrado a 1º de outubro passado. Ou seja, um recuo de 7,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume de negócios internacional avançou 2%, ao passo que aquele da América do Norte exibiu retração de 12%.

Segundo a direção do grupo americano, conduzido por seu CEO, Stefan Larsson, esta retração está sob controle. Na realidade, a atividade de vendas no atacado despencou 10,4% em relação ao ano passado, indo a 831 milhões de dólares, mas trata-se aí dos primeiros efeitos do plano de reestruturação que reduziu drasticamente as entregas na América do Norte.
 
O grupo explica, por exemplo, ter reduzido em 10% suas referências (SKU) entregues no outono de 2016. Em paralelo, o volume de negócios do varejo caiu 5,4%, indo a 942 milhões de dólares, com um recuo de 9% em base comparativa e antes da aplicação das taxas de câmbio. Por fim, a atividade de licenças avançou 1,6%, ascendendo a 48 milhões de dólares.

Mas o grupo registrou, sobretudo, um claro recuo do seu resultado operacional. Este ficou em 76 milhões de dólares, com uma margem operacional de 4,2%. Um ano mais cedo, seu resultado operacional era de 230 milhões de dólares, com uma margem de 11,7%. Em detalhe, seu resultado operacional para a venda no atacado recuou de 247 para 203 milhões de dólares e aquele do varejo caiu de 123 para 19 milhões.
 
As licenças lhe trouxeram 44 milhões contra 42 milhões de dólares no ano passado. O grupo explica que alocou 150 milhões de dólares para suas ações de reorganização. Mas, mesmo levando em conta este elemento-chave, suas margens caíram ligeiramente. Durante o trimestre, o grupo apresentou alguns novos elementos, como a interrupção da sua marca Denim & Supply.
 
No acumulado do seu exercício 2016-17, a Ralph Lauren conta com uma redução do seu volume de negócios de um pouco mais de 10% e aposta em uma margem operacional, fora despesas de reestruturação, da ordem de 10%.