Prêmio LVMH: os criadores que ignoram os gêneros
Neste 6 de junho, o júri do prêmio LVMH dará seu veredito. Depois de apresentarmos os candidatos baseados em Londres, hoje vamos apresentar Ludovic de Saint Sernin, Matthew Adams Dolan e Doublet, e sua forte tendência ao unissex.
Com apenas 30 anos, Matthew Adams Dolan já atraiu muitos holofotes. A culpa é de Rihanna, que vestiu uma de suas jaquetas oversized. O americano nasceu em Massachusetts antes de passar a sua infância e adolescência na Austrália, onde descobriu as pontes entre moda, arte e cultura. O garoto, agora radicado em Nova York, fez o ensino médio no Japão e frequentou aulas de literatura francesa na Universidade de Lausanne. Em 2014, depois de trabalhar em uma loja de Alexander Wang para pagar seus estudos nos Estados Unidos, ele se formou na Parsons School de Nova York com uma especialização em "Fashion Design and Society”.
O designer foi rapidamente notado após seus primeiros desfiles em Nova York. Ele mergulhou deliberadamente das raízes da cultura do vestuário americano e explorou as roupas dos trabalhadores americanos. Ele gosta tanto de denim quanto de peças formais. Blazers, camisas, calças com pregas, cardigãs e até mesmo costumes estiveram em sua última coleção. Matthew Adams Dolan brinca com as proporções para entregar um vestuário unissex com uma elegância desestruturada. Entre referências à personagens da cultura pop e o domínio dos códigos dos anos 90, o estilista já seduziu mais de trinta revendedores na Europa, Ásia e América.
Doublet tem um um ritmo bastante semelhante, explorando e revisitando o vestuário dos anos 90, mas com um espírito mais punk. O japonês Masayuki Ino, à beira de seus quarenta anos, fundou a sua marca em 2012 e lançou sua primeira coleção na primavera de 2013, após criar calçados para a marca Miharayasuhiro. Com cortes oversized, muitos patches e slogans impressos, o criador, que se formou na escola Tokyo Mode Academy, apresenta a sua visão do sportswear.
Apoiado por Takashi Murakami, ele ganhou o primeiro prêmio Tokyo Fashion Award no ano passado e apresentou seu primeiro desfile em Tóquio também em 2017. Desde o ano passado, ele tem apresentado suas criações em um showroom parisiense. O designer assume a sua ligação com a cultura do skate e do BMX da sua juventude, mas também a influência da Undercover ou Jeremy Scott, e de Warholl no campo artístico, ou ainda de Darren Aronofsky. Conhecemos iconoclastas menos talentosos. Assim, as roupas de Masayuki Ino são, às vezes, conceituais; como suas camisetas e camisas apresentadas em Blister nesta temporada. A marca possui presença na Ásia e na Europa.
Ludovic de Saint Sernin também desfila desde o ano passado. O francês, estabelecido entre Paris e Londres, apresentou em suas duas primeiras coleções masculinas peças muito desejadas para as mulheres. Sua combinação de várias peças de cerâmica vermelha conectadas umas às outras por ganchos de ouro, foi marcante. Mas ele também assinou colaborações com a Repetto e a fabricante escocesa de cashemire, Begg & Co, em sua última temporada.
Mas o designer de 27 anos, formado em design de moda pela ESAA Duperré, atraiu todos os olhares com seu universo fortemente inspirado na fotografia de Robert Mapplethorpe. Após estagiar na Saint Laurent e na Balmain, Ludovic de Saint Sernin se juntou ao estúdio de criação de prêt-à-porter feminino da Balmain, sob a direção de Olivier Rousteing. Um expertise que pode ser observado em suas criações, que aproveitam ao máximo o corpo masculino com suas combinações, seus casacos de couro ou seus tops e calças escandalosamente femininos. O designer, que traz referências da cultura gay, diverte-se em ter uma clientela feminina.
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