Preço do algodão continua em alta no mercado brasileiro

O preço do algodão no mercado brasileiro continuou em alta na primeira quinzena de junho, devido à baixa oferta das safras 2016/17 e 2017-18 no mercado spot. Entre 30 de maio e 15 de junho, o Índice de Algodão do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada / Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (CEPEA / ESALQ) subiu 1,1%, fechando em 3,7898 BRL por libra em 15 de junho.

Durante a quinzena, alguns processadores ficaram fora do mercado, pois esperavam que a colheita avançasse, e isso deve resultar no aumento da oferta doméstica e do ritmo de entrega, informou o CEPEA em seu último relatório quinzenal sobre o mercado brasileiro de algodão.

Os processadores também alegaram que enfrentaram dificuldades em repassar o aumento do preço do algodão para produtos finalizados. Alguns deles trabalharam com o algodão comprado anteriormente, enquanto outros se dedicaram ao comércio de fios. As incertezas sobre os preços do frete aumentaram ainda mais seus problemas.

No entanto, a alta dos preços provavelmente não se sustentará no longo prazo, já que a produção brasileira de algodão na temporada 2017-18 deverá totalizar 1.959 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 28,1% sobre a produção total na safra 2016/17, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

O aumento esperado no volume se deve a um aumento de 25,2% na área semeada com algodão (1,176 milhão de hectares) e ao crescimento de 2,3% na produtividade (com 1.666 kg por hectare) em relação à safra 2016/17.

Enquanto isso, as exportações de algodão brasileiro diminuíram pelo sétimo mês consecutivo em maio de 2018, segundo dados da Secex (Secretaria do Comércio Exterior). Os embarques de maio caíram 35,4% para 18.500 toneladas, em comparação com abril de 2018, e diminuíram 5,6% em comparação com as 19.600 toneladas de algodão exportadas em maio de 2017.