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Publicado em
11 de out. de 2012
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4 Minutos
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Nino Cerruti: "O consumidor é ao mesmo tempo culpado e vítima da confusão sobre a qualidade"

Publicado em
11 de out. de 2012

Ao completar 82 anos, comemorados no dia da entrevista, Nino Cerruti guarda um olhar incisivo do mercado que viu prosperar. Atualmente no comando do Lanificia Fratelli Cerruti, esta importante figura do mundo da moda estava presente no salão Première Vision. E foi lá que falou ao FashionMag.com o que pensa sobre a evolução das noções “de moda” e sobretudo “do luxo”, e também sobre o papel crescente dos tecidos técnicos e o peso das grandes redes de varejo.

Nino Cerruti

FashionMag.com: Qual a leitura que o senhor faz sobre a evolução do setor nos últimos anos?
Nino Cerruti: Estive no mercado do vestuário até 2001. Hoje, vivo o mercado de tecidos através das reações dos clientes. Até 2007, o mercado era confrontado com problemas pontuais. Mas a crise de 2008, é sobretudo a soma dos problemas de um mundo que muda profundamente. Que altera a estrutura de consumo, do tipo de demanda. Isto torna-se mais que uma crise: é simplesmente uma fase de transição.

FM: Como o senhor percebeu o impacto no setor têxtil e do vestuário?
NC: Os produtos de luxo tiveram um mercado favorável graças à forte atenção dada aos seus produtos pelos países em desenvolvimento. Este mercado sofreu menos porque uma das tendências é um consumo mais ativo sobre a oferta. O mercado têxtil pouco se aproveitou desse fato, mas o mercado formal sofreu muito devido a importante indústria criada na China; até porque ela responde a um consumo diferente. Hoje, a moda não passa mais pela qualidade mas sim pela aparência. A qualidade dos produtos ficou em segundo plano.

FM: A noção de luxo não é mais a mesma?
NC: Hoje o luxo tem certamente uma definição muito diferente. Aquilo designava no passado serviços, uma certa exclusividade… A promoção tinha menos glamour porque deveria responder a um estilo bem definido. Atualmente, designa-se por “luxo” qualquer coisa que custa caro. O termo se justifica, primeiramente, a um nível visual, e é apenas após, talvez, que vem a qualidade dos materiais.

FM: Então, certas marcas têm “luxo” apenas no nome?
NC: Se tomar por exemplo um produto caro da maison Hermès, há um verdadeiro trabalho sobre a qualidade. Mas tome uma sociedade como Boss, que fixa-se regiamente. Eles querem liberar uma imagem publicitária suficientemente forte. Mas ambos têm a mesma ambição de ser qualificados de “luxo”. As marcas ficaram muito hábeis em defender esta imagem, imagem esta frequentemente bem mais qualitativa que os próprios produtos. Mas o consumidor sempre terminará dando-se conta da qualidade real, e voltará as costas para estas marcas. Mas por outro lado, o consumidor sempre avaliará mal a qualidade dos tecidos.

FM: Pensa que seria melhor informar estes compradores, via rótulos ou etiquetas, por exemplo?
NC: Tome uma etiqueta sobre a qual está escrito “ramie”. Estou bem certo que 90% das pessoas que estão lá (ele aponta para o salão Première Vision), que portanto são do setor, não sabem do que se trata. Outro exemplo: nos anos 70, ‘Made in Japan’ era sinênimo de má qualidade. Hoje é o inverso, e são os produtos chineses que têm esta imagem. Ao final, as etiquetas se juntam à confusão generalizada. O consumidor é ao mesmo tempo culpado e vítima da confusão sobre a qualidade.

FM: Como o senhor vê o potente crescimento dos materiais técnicos?
NC: Este crescimento potente pode ser uma necessidade: se a população mundial continuar a crescer, nunca teremos bastante carneiros para vestir a todos. Mas em termos de vestuário, ainda penso que as pessoas continuarão preferindo os produtos naturais. O problema é que todo o sistema atual sofre uma enorme pressão a cada etapa da cadeia de produção. E há também o esforço sobre a ecologia. Muitas pessoas investem nesse combate, mas no fim, pouco aplicam realmente no seu cotidiano. As grandes sociedades simplesmente propagam o tema em prol da sua propaganda.

FM: Assistindo ao nascimento das grandes redes líderes, o que o senhor pensa do seu impacto no mercado?
NC: Antes, ia-se a casa do artesão que procurava a fidelidade do cliente pela qualidade. Hoje, as cadeias de vestuário têm um poder terrível, com centenas de pontos de venda, e uma grande influência sobre os consumidores. Ainda existem pessoas que têm certo desejo de qualidade, e que procuram nichos. Mas a maior parte corre atrás de uma moda “de aparência”. Ninguém poderia ter imaginado que o mercado se tornaria isso. Hoje, a moda existe em vilarejos do país. Mas envolver as pessoas, conduzir a moda a um fenômeno de consumo, faz com que permaneça apenas a noção de estética. Tornou-se o ponto de partida de tudo.

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