27 de out. de 2016
Natura lucra R$ 73,1 milhões no 3º tri apesar do 'contexto desafiador'
27 de out. de 2016
Desafiador, sim, esta palavra tem sido usada ao longo das apresentações de resultados do terceiro trimestre de 2016 por várias companhias brasileiras. Com a gigante da beleza Natura, não foi diferente. Assim, na publicação dos resultados para o 3º trimestre findo a 30 de setembro, a companhia diz ter sofrido com o "contexto desafiador" imposto pelo mercado doméstico e o aumento contínuo da carga tributária no Brasil.
Esses fatores levaram seu lucro líquido consolidado a sofrer uma queda de 44,6% em relação ao mesmo período de 2015, com 73,1 milhões de reais (21,38 € milhões). Já no acumulado dos nove primeiros meses do ano, o lucro chega a 94,9 milhões de reais (27,75 € milhões), ainda apresentando queda de 74,2% em relação ao mesmo período de 2015.
A companhia, que na noite da última terça-feira comunicou ao mercado a renúncia do seu CEO, Roberto Oliveira de Lima, sucedido pelo vice-presidente comercial do grupo, João Paulo Ferreira, obteve receita líquida consolidada de 1.902 bilhão de reais (556,22 € milhões), exibindo queda de 4,7% em relação ao terceiro trimestre de 2015. Os papéis da companhia na Bolsa de São Paulo caíam mais de 4%, após a renúncia do seu presidente-executivo.
Já o volume total de negócios, envolvendo todas as atividades, no Brasil e no exterior ficou em 2.656 bilhões de reais (776,72 € milhões), ou seja, queda de 3,9% sobre um ano. Quanto ao Ebitda consolidado do período, este exibiu retração de 20%, em comparação com o mesmo trimestre 2015, indo aos 319,8 milhões de reais (93,52 € milhões).
No Brasil, seu maior mercado, a Natura tem enfrentado os obstáculos do momento econômico, onde os consumidores têm buscado cada vez mais produtos de preços mais acessíveis, em especial entre perfumes e produtos para corpo e o rosto, mais sensíveis à renda da população e representantes de 60% da receita da Natura. Isso corroborou para uma queda de 7,1% na sua receita líquida doméstica, 1.265,5 bilhão de reais, face ao 3º trimestre de 2015.
No entanto, a companhia explica que, diante deste cenário, já está levando a cabo um ajuste de promoções e de gama de produtos mais adaptados ao contexto e passíveis de reativar os pedidos por parte das consultoras.
No que concerne às atividades internacionais, América Latina (Latam), a marca de cosméticos premium Aesop e França, a Natura se saiu bem, mantendo um crescimento acelerado de dois dígitos em moeda local. O lucro líquido aí foi de 637,1 milhões de reais, exibindo ligeiro crescimento de 0,5% em relação ao mesmo trimestre de 2015, mas com 19,4% de aumento no acumulado dos nove primeiros meses de 2016.
Na América Latina, seu canal de consultoras obteve um crescimento de 10,6%, em moedas locais, face ao 3º trimestre de 2015. Já a Aesop fechou o período com 169 lojas em 20 países (120 lojas em 18 países no mesmo trimestre de 2015), exibindo um crescimento de 13% no conceito Mesmas Lojas.
Aliás, a segunda unidade da Aesop no Brasil foi aberta com grande pompa, no último 5 de setembro, no badalado bairro de Vila Madalena, ostentando uma arquitetura única e rústica pensada pelos célebres designers Fernando e Humberto Campana.
Já o Ebitda das operações externas da Natura (Latam, Aesop e França) alcançou um belo crescimento de 49%, indo aos 101 milhões de reais e representando 32% daquele consolidado, ante 17% no terceiro trimestre de 2015.
Por fim, A Natura levou também na quarta-feira, 26 de outubro, sua linha de cuidados com a pele TEZ a 32 unidades da rede Raia Drogasil em São Paulo, um teste que, se der resultados, pode ganhar outras regiões do país, segundo a companhia. A Linha de produtos SOU, por sua vez, já pode ser encontrada em 1.334 farmácias e deve ganhar mais espaço nas prateleiras em 2017, uma vez que a Natura diz ter recebido bons resultados.
A Companhia conta hoje com 4 unidades físicas, sob gestão direta, em shoppings da cidade de São Paulo e com 82 mil franqueadas no canal Rede Natura (eram 54 mil no 3º trimestre de 2015), além de 1.200 consumidores cadastrados.
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