AFP
4 de nov. de 2015
H&M promete garantias sociais para 1,6 milhão de operários do têxtil
AFP
4 de nov. de 2015
A gigante sueca do prêt-à-porter assinou na passada terça-feira, 03, um acordo prometendo garantias sociais a 1,6 milhão de operários nas fabricas têxteis que a abastecem.
O acordo, concebido junto com as federações sindicais internacionais IndustriALL e a sueca IF Metall, diz respeito a 1.900 fábricas "em países como Camboja, Bangladesh, Birmânia e Turquia”, apontaram os três signatários em um comunicado.
Ele promete, entre outras coisas, o direito de se sindicalizar, de recusar trabalhar em condições perigosas, a negociação salarial coletiva, ou ainda a luta contra a discriminação para com os representantes sindicais.
A indústria têxtil mundial, concentrada na Ásia, é com regularidade denunciada por organizações não governamentais como um setor que pouco olha para os direitos fundamentais dos seus trabalhadores, que contam com quase dois terços de mulheres.
Em 2013, mais de 1.100 pessoas perderam suas vidas no desabamento do edifício Rana Plaza, imóvel que abrigava oficinas de confecção em Daca, capital do Bangladesh. A H&M sempre garantiu que não era abastecida por empresas presentes neste edifício.
O grupo já havia assinado em 2013, com a IndustriALL e concorrentes ocidentais, como a espanhola Zara (grupo Inditex), um acordo para melhorar a segurança das fábricas no Bangladesh. A companhia assinou também em 2014 um acordo com a Organização Internacional do Trabalho para promover os direitos sociais e sindicais.
Se a H&M afirma ser exigente com seus fornecedores quanto às condições sociais em suas fábricas, a empresa reconhece que não consegue conter todos os abusos. "Chegar a um nível em que 100% das nossas exigências sejam seguidas por todos os nossos fornecedores é um desafio", escreveu o grupo em seu último relatório anual sobre as questões de desenvolvimento sustentável.
"É um assunto complexo. Muitos países onde a H&M encontra-se presente têm pouca experiência de um bom diálogo entre parceiros sociais", comentou o grupo terça-feira.
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