18 de out. de 2016
Footwear: quando a tempestade parece acalmar, eis que surge a Argentina!
18 de out. de 2016
O calçado brasileiro definitivamente vive uma fase de "I never give up". Já não bastassem as turbulências impostas pela crise política, Impeachment, gangorra cambial e carga tributária na estratosfera, depois de um curto período de 10 meses, os nossos vizinhos voltaram a impor restrições à entrada do produto brasileiro em seu mercado, segundo informações da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
O problema não poderia se apresentar num momento mais inoportuno, uma vez que a associação setorial começa a ver um curso de recuperação nas exportações para a Argentina.
No mês passado, no entanto, houve reclamações de empresas associadas sobre protecionismo no mercado argentino. Porém, o presidente da entidade, Heitor Klein, explica que esse movimento não se assemelha àquele adotado pelo governo de Cristina Kirchner entre 2012 e 2015, "A barreira que antes era declarada, agora é velada", comenta o dirigente.
Na realidade, o executivo explica que o problema se concentra na demora da liberação das licenças de importação, já que elas estão ultrapassando os 60 dias regulamentados pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ainda segundo a Abicalçados, relatos de distribuidores locais deixam claro que em 'Off' funcionários do registro de pedidos de importação não estão aceitando novas solicitações e informando que, este ano, não serão liberadas mais licenças, alegando que as importações de 2016 não podem ultrapassar aquelas realizadas em 2015.
A entidade, por outro lado, já realiza a contagem dos prejuízos e verifica que a falta dessas licenças já representa 2,2 milhões de dólares em calçados. "Além desses, temos outros 3 milhões de dólares em licenças que não foram nem protocoladas. Como muitos dos produtos são de moda, ou seja, têm um timing para chegar às vitrines, corremos sérios riscos de que os negócios sejam perdidos. Outra grande preocupação é que essa barreira aparece no momento das festas de final de ano", lamenta o dirigente que destaca ainda que o prejuízo causado por este ato unilateral pode superar os 5,2 milhões de dólares registrados até o momento.
"A Argentina, como nosso 2º principal mercado no exterior, desempenha um papel importantíssimo na balança comercial e na geração de empregos no Brasil", reitera Heitor Klein.
Por fim, a entidade já remeteu ao governo brasileiro as informações relativas a esses movimentos protecionistas por parte dos argentinos. O nosso vizinho neste ano de 2016 tem se configurado como o segundo principal destino dos calçados brasileiros, tendo realizado aquisições de 83 milhões de dólares no acumulado dos nove primeiros meses do ano, o que representa 51% mais em relação ao mesmo período do ano passado
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