Exclusivo
8 de out. de 2010
Exportações de couros caem 32% em setembro, diz CICB
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8 de out. de 2010
As exportações brasileiras de couros movimentaram US$ 126 milhões em setembro, receita 31,82% inferior em comparação ao mês de agosto, fruto da desaceleração contínua do dólar frente ao real. Nos nove meses do ano, os embarques registraram US$ 1,29 bilhão, valor 65,1% superior ao acumulado de 2009, ano comprometido pelos efeitos da crise internacional. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base nos dados da prévia da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.
"Infelizmente as nossas previsões de uma forte desaceleração estão se confirmando. O resultado de setembro demonstra a forte queda de competitividade provocada por motivos alheios aos esforços da indústria. As exportações caíram do patamar mensal de US$ 150/US$ 160 milhões registrados de março a agosto, para US$ 126 milhões contabilizados entre os meses de setembro de 2009 a fevereiro deste ano”, alerta o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.
Diante deste cenário desalentador, os curtumes brasileiros vêm enfrentando sérios problemas para exportar, agravados pelo enfraquecimento da moeda norte-americana que atingiu US$ 1,68, a mais baixa taxa desde setembro 2008, auge da crise econômica. “A supervalorização do real está se tornando uma verdadeira doença econômica”, afirma o presidente do CICB. Esse quadro é agravado, diz o executivo, pelos fatores já altamente conhecidos do ‘Custo Brasil’, altas taxas de juros, pesada carga tributária, falta de crédito, a gigantesca burocracia e o ‘apagão logístico do transporte e embarque portuário’” diz ele.
Segundo o executivo, dados informados no 18º. Congresso Mundial da Carne, realizado recentemente na Argentina, dão conta que o Brasil já saiu do ciclo de baixa produção da pecuária e vem recuperando o seu rebanho bovino (matéria-prima estratégica para a indústria de curtumes), estimado ao redor de 176,6 milhões de cabeças, para um abate de 45/46 milhões contra 43 milhões de abates no ano passado.
Apesar dos obstáculos e desafios que a indústria curtidora vem enfrentando nos últimos anos, o presidente do CICB salienta o esforço do setor para alavancar a competitividade brasileira, a exemplo da recente implantação das novas instalações do Centro Tecnológico do Couro Senai (RS) para análises e testes químicos e físicos, com equipamentos de última geração, dentre os melhores existentes no mundo.
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